São Paulo - Há quem diga que o goleiro tem a melhor visão do jogo e, por isso, tem tudo para se tornar um grande técnico. Muitos camisas 1, de fato, penduraram as luvas e se arriscaram na nova profissão. O mais recente foi Rogério Ceni, ídolo do São Paulo, apresentado oficialmente na última quinta-feira. Tricolor paulista, aliás, que também já foi comandado por Emerson Leão, um dos grandes goleiros do futebol nacional. Ele, portanto, sabe muito bem os desafios que o Mito - como Ceni é chamado pelos torcedores - terá pela frente.
"Rogério Ceni vai enfrentar a insegurança momentânea. No começo ele até terá um desconto por ser ídolo. E isso é bom. Mas ele também será questionado pela torcida e pelos próprios jogadores. O que ele viu alguns atletas fazerem para certos treinadores, poderá ver contra ele próprio. Sem falar que quem senta atrás da mesa, vai ser sempre mais solitário. Em termo de hierarquia, ele precisará buscar ser respeitado", comentou Leão ao Sr. Goool.
"O Rogério foi atleta de um time só e será treinador de um time só. Ele deixou sua marca no São Paulo. Sempre tem o começo para tudo. E ele vai começar em um top de linha. É sempre um risco, mas tem que passar por isso. Eu também comecei cedo, mas foi no Sport e na Série B", relembra o ex-goleiro de Palmeiras, Vasco, Grêmio, Corinthians e Seleção Brasileira.
Desde 2009, o campeão em campo não levava também o título das arquibancadas
Leia a notícia completa"Foi uma novidade. A gente não esperava que ele estivesse na profissão tão cedo. Até mesmo pelo fato de que ninguém acreditava que o Ricardo Gomes deixaria o clube. Mas o Rogério confia em sua capacidade. E isso é bom. Não posso ser contra. Mas só quero avaliá-lo daqui um ano. Eu julgo o cargo, não julgo o ser humano. Como atleta, ele conseguiu o apogeu. É um jovem treinador. Jovens treinadores precisam ser apoiados. Não sinto inveja. Tenho 50 anos de futebol e me afastei porque quis", finalizou Emerson Leão ao Sr. Goool.
Rogério Ceni!
Rogério Ceni foi apresentado na última quinta-feira pela diretoria do São Paulo. Ele será o 81º técnico da história do clube paulista. Ao longo de sua carreira como goleiro, Ceni - que chegou ao Tricolor em setembro de 1990, mas fez seu primeiro jogo oficial só em 25 de junho de 1993, e pendurou as luvas em dezembro de 2015 - trabalhou com 22 treinadores diferentes. Muricy Ramalho, Nelsinho Baptista, Paulo César Carpegiani, Milton Cruz, Emerson Leão e Paulo Autuori foram os técnicos que comandaram Rogério Ceni em mais de uma oportunidade. Agora, no novo cargo, o ex-goleiro sabe o que terá pela frente.
"No São Paulo, passei por todos os tipos de situações, de glórias aos fracassos. Não espero ser julgado como atleta e sim como treinador. Vou montar uma equipe de trabalho muito boa. Vamos fazer o máximo para ter um elenco mais forte. Será um desafio preocupante e ao mesmo tempo, fascinante. Coisas pequenas não trazem emoção. Foi o que me trouxe de volta aqui. Vim aqui em busca da glória”, analisou.