Pará - Flávio Araújo se prepara para mais um desafio em sua carreira. Anunciado como técnico do Remo no final de 2012, ele tentará dar novamente o título do Campeonato Paraense ao Leão, assim como recolocar o time paraense na Série C do Campeonato Brasileiro.
Oeste e Atlético-PR são os recordistas no quesitam e não perdem há quase quatro meses
Leia a notícia completa"O Remo tem uma torcida enorme e precisa de títulos como todo clube grande. O time não vence há um bom tempo. É uma situação complicada. Nosso primeiro objetivo em 2013 será a conquista do Campeonato Paraense. Mas precisamos ir com calma. No dia da minha apresentação, o Remo contava com apenas dois jogadores. Estamos montando um novo time", revelou o comandante que prevê outras dificuldades.
"A maioria dos nossos reforços ainda não jogou um Estadual no Pará. E aqui é diferente. O campo é sempre encharcado. Exige mais dos atletas. Mas se a gente ganhar o Paraense, vai nos dar força para a Série D. E ai nossas chances de acesso aumentam. O time já estará entrosado e pronto para a competição".
Flávio Araújo, porém, não tem apenas este objetivo. Ele sonha em comandar um clube na Série A do Brasileirão. O problema, de acordo com o treinador, é a hora de fechar o contrato com os dirigentes.
"Sonho em colocar um time na Série A. Em 2010 comecei e terminei o ano no Icasa. Sou de ficar nos clubes. Mas gostaria de trabalhar na Série A. Já até me apareceram convites, mas na hora do acerto há uma falta de reconhecimento pelo nosso trabalho. Sudeste e Sul podem ser vitrines, mas têm que ter remuneração a altura. Se for para ganhar menos em outras regiões, prefiro ficar no Norte e Nordeste que pagam bem. Até aqui, criei toda a minha família", explicou o treinador ao Sr. Goool.
Campeão!
"A partir do primeiro jogo em Cuiabá, percebi que este grupo iria longe. Pegamos o Mixto e ganhamos, por 3 a 1. Percebi ali que podíamos subir e que o grupo iria buscar o acesso. Tínhamos muita qualidade, comprometimento dos jogadores e boa estrutura do clube".
Sampaio Corrêa e Mixto se enfrentaram outras três vezes na Série D. No returno, o clube maranhense voltou a vencer, desta vez, por 1 a 0. Nas quartas-de-final, os empates, por 1 a 1, e 0 a 0, garantiram o acesso do Sampaio Corrêa. Mas no jogo de volta do mata-mata, a apreensão tomou conta do treinador.
"Não tive dúvidas em relação a conquistar o acesso. O time sempre se comportou bem. Em todos os jogos fomos uniformes. Mas fiquei apreensivo no empate sem gols com o Mixto no jogo do acesso. Fizemos nossa melhor partida, mas a bola não entrou. É complicado ficar de fora", contou Flávio Araújo.
Além do acesso e do título, o Sampaio Corrêa acabou a temporada com o melhor aproveitamento entre os 100 clubes das Séries A, B, C e D do Brasileirão (79,1%). Ao longo da campanha, o time maranhense venceu sete vezes em casa e empatou uma. Como visitante, o Sampaio triunfou em quatro oportunidades e empatou outras quatro.
Mesmo com números de encher os olhos, Flávio Araújo não gosta dos holofotes. Nos dias que sucederam o título, ele preferiu não comparecer a foto oficial do clube com a taça. Mas a decisão não tem nada de superstição.
"É uma decisão minha! Não gosto de comemorar. Prefiro ir ao vestiário fazer minhas orações. A torcida vai a campo para ver os jogadores. Aquele momento é deles", explicou o comandante que vê avanço no futebol maranhense.
"O Maranhão melhorou com as conquistas do Sampaio. Resgatou a história do futebol maranhense. O torcedor passou a acreditar no time. É bom ver este recomeço no futebol maranhense".
Início!
Natural de Fortaleza, Flávio José Araújo tem apenas 49 anos e começou na profissão bem cedo. Aos 35 anos, após pendurar as chuteiras, ele resolveu fincar-se no banco de reservas. A primeira oportunidade foi no Icasa, após passar por um período na gerência de futebol no clube cearense.
"Joguei por 14 anos. Comecei no Ceará e encerrei a carreira no Icasa em 1997. Fiquei no Icasa por cinco anos seguidos. Em 1998 aceitei a proposta de ser gerente de futebol do clube. No mesmo ano recebi a proposta para ser técnico. Tive um pouco de receio, mas graças a Deus, acabamos a competição bem, em terceiro lugar. Ai me aprimorei e segui como técnico", contou ele ao site Sr. Goool.
Flávio Araújo, porém, teve problemas no início da nova profissão. "Tive dificuldade. Comecei na profissão com apenas 35 anos. Tinha preconceito. Eu era muito novo para treinar e muito velho para jogar. Olha que situação?!".
O Remo estreou no Campeonato Paraense, nesta segunda-feira, com uma vitória, por 1 a 0, sobre o Santa Cruz, no Estádio Baenão, em Belém.