Rio Grande do Sul - As Federações deveriam dar o exemplo e seguir o Estatuto do Torcedor, mas não é isso que acontece. A cada ano, as entidades - muito bem remuneradas pelas Confederação Brasileira de Futebol (CBF) - desrespeitam a Lei nº 10.671. O Sr. Goool, como sempre faz nas temporadas do futebol nacional, cobra, exige e sofre com o descaso das Federações.

Em 2016 o ano da bola ainda nem começou e já tem Federação cuspindo no Estatuto do Torcedor. E na hora das desculpas vale tudo. O importante é se livrar de "jornalistas chatos" que exigem que o Estatuto do Torcedor seja respeitado.

A Federação Gaúcha de Futebol (FGF), por exemplo, pegou carona no temporal de Porto Alegre. O site da entidade recebeu notas oficiais dos seus dirigentes, súmulas e tantas outras atualizações nos últimos dias, mas na hora de postar os borderôs, a assessoria da FGF se agarrou na tragédia do temporal.

"Em função do temporal ainda estamos sem energia elétrica e a internet muito ruim. Agradecemos a compreensão", se limitou a dizer a assessoria.

Desrespeito!
Tal resposta foi há seis dias. Neste período, outras tantas atualizações foram feitas no site oficial da FGF, menos a postagem dos borderôs. Já a Federação Piauiense de Futebol (FFP) abusou da imaginação. Após ser ignorado pela assessoria da entidade, o Sr. Goool conseguiu contato com sr. Morais, responsável pelo financeiro da FFP.

"Os borderôs precisam passar pela receita federal antes de ir ao site oficial. Por isso, não colocamos no site", disse o dirigente em contato telefônico com o Sr. Goool.

Tal "informação" não procede. No mais, os borderôs passam pelo setor financeiro, fato que atrasa em três dias a postagem da Federação Mineira de Futebol (FMF). A Federação Maranhense de Futebol (FMF) é outra entidade que não se interessa pelo Estatuto do Torcedor. Os boletins financeiros do Maranhão sempre sofrem atrasos. E chega a ser impossível falar com o ouvidor da entidade. Detalhe: o Estatuto do Torcedor obriga todos os ouvidores a responder para internautas e jornalistas. Outro item, porém, jogado na lata do lixo.

De volta aos borderôs, diz o Art. 5º do Capítulo II "Da Transparência na Organização" do Estatuto do Torcedor "são asseguradas ao torcedor a publicidade e transparência na organização das competições administradas pelas entidades de administração do desporto, bem como pelas ligas" e vai além no § 1o "as entidades de que trata o caput farão publicar na internet, em sítio da entidade responsável pela organização do evento: os borderôs completos das partidas".

Tudo muito bonito no papel, mas a realidade brasileira é bem diferente. Cada Federação tem sua desculpa para não respeitar o Estatuto do Torcedor. Para piorar, isso não é exceção, é regra. A cada ano, tal situação piora. Nada é feito para melhorar e a CBF, que banca as Federações com mesadas cada vez mais generosas, pouco se interessa pelo caso.