Rio Grande do Sul - Engana-se quem pensa que o Brasil é o país do futebol. Neste início de temporada, o Brasil virou o país dos apagões em estádios de futebol. Só neste meio de semana seis estádios ficaram sem energia. Há inúmeros outros casos desde o início de 2016. O que chamou a atenção nesta semana, porém, foram os apagões em Arenas da Copa do Mundo.

O Internacional foi derrotado, por 2 a 1, pelo Veranópolis, na última quarta-feira, em jogo que parecia não ter fim. Foram 126 minutos, quando o normal são 90 minutos. O Estádio Beira-Rio, em Porto Alegre, sofreu três quedas de energia. A diretoria colorada alegou problemas com sobrecarga e falha de geradores. Detalhe: os geradores foram comprados na época do Mundial, mas mesmo assim não funcionaram.

No site oficial do clube, na matéria sobre a partida, não há uma menção sequer sobre os apagões, como se fosse possível esconder o fato do distinto público. Antes do Beira-Rio, na terça-feira, o Castelão - palco que recebeu a Seleção Brasileira na Copa do Mundo ante o México e a Colômbia - também sofreu com a falta de energia.

A partida entre Fortaleza e Botafogo teve atraso de 14 minutos por causa de um transformador danificado. O aparelho teria sofrido avaria durante um confronto entre torcedores cearenses, paraibanos e a Polícia Militar. Se as tão faladas Arenas sofreram com apagões, os estádios comuns não ficariam imunes.

Apagão!
No Rio de Janeiro, o Tigres do Brasil conseguiu seu primeiro empate no Cariocão - 1 a 1 com o Resende - após o jogo ter começado com 16 minutos de atraso por falta de energia elétrica. Já em Itápolis, o confronto entre Oeste e Rio Claro quase foi adiado. O jogo pelo Paulistão começou com nada menos do que 55 minutos de atraso.

A cidade do interior paulista sofreu com o forte temporal que acabou com a energia e alagou o gramado. Para piorar, o gerador não funcionou. Mesmo com o campo danificado, a partida foi disputada após a volta da energia. O jogo acabou na madrugada de quinta-feira com vitória dos visitantes (2 a 1).

Se estas partidas tiveram problema antes da bola rolar, o jogo entre Guarani e Rio Branco pela Série A2 Paulista (equivalente a 2ª divisão) começou normalmente, mas na volta do intervalo ficou sem energia. O Estádio Brinco de Ouro da Princesa, em Campinas, esteve no breu por 15 minutos. Um problema no transformador teria sido a causa da queda de energia.

Ainda nesta semana escura, houve queda de energia em jogo da Série A3 Paulista (equivalente a 3ª divisão). Logo no início do duelo entre Olímpia e Primavera, o Estádio Tereza Breda foi interrompido por 30 minutos por causa de queda de energia.

Sem luz!
Os casos acima aconteceram apenas entre terça e quarta-feira. Mas a temporada está recheada de apagões e em todo tipo de competição - até longe da fronteira verde e amarela. Quem não se lembra do apagão na Libertadores durante o jogo entre Cobresal e Corinthians? O duelo realizado em El Salvador, no Chile, ficou sem energia por 15 minutos. O apagão começou aos 12 minutos do 1º tempo.

De volta ao país dos apagões, no Campeonato Acreano, Galvez e Alto Acre - logo na estreia - tiveram que conviver com a falta de energia no Estádio Florestão, em Rio Branco. O apagão aconteceu na volta do intervalo. Já o Salgueiro venceu o ABC pela Copa do Nordeste após superar a queda de energia de 30 minutos no Estádio Cornélio Barros. O apagão ocorreu aos 10 minutos do 1º tempo.

Do Nordeste para o Sul. O Campeonato Catarinense também teve partida interrompida por causa do breu no gramado. O Estádio Augusto Bauer ficou sem luz aos 28 minutos do 2º tempo na partida entre Brusque e Camboriú. Foram 30 minutos no escuro.

Houve também apagão na Liga Sul-Minas-Rio. O amistoso entre Grêmio e Coritiba ficou 19 minutos no escuro durante a volta para o 2º tempo. O estádio tricolor pode não ter sido palco da Copa do Mundo, mas é tão novo e moderno como as Arenas do Mundial. Mesmo assim, não escapou da onda de apagões. Brasil, um país no escuro!