Alagoas - O CSA, desde a criação da Série D do Campeonato Brasileiro, ficou sem perspectivas no plano nacional. O Azulão até participou de quatro edições da última divisão, mas sem dar ao torcedor o direito de sonhar. No futebol, porém, pouca coisa é definitiva. Como em um passe de mágica, também conhecido como trabalho e planejamento, o CSA pintou seu futuro de azul. O clube de Maceió, em sua quinta temporada, saiu do inferno do último escalão nacional, em 2016, com direito a vice-campeonato. Não satisfeito e mantendo o mesmo ritmo, o Azulão emendou o acesso na Série C e, neste sábado, garantiu o inédito título da divisão ao empatar sem gols com o Fortaleza no Estádio Rei Pelé, em Maceió. No duelo de ida da final, o CSA bateu o rival cearense, por 2 a 1, no Castelão.

Esse é o primeiro título nacional do Centro Sportivo Alagoano que já havia batido na trave quatro vezes. Além do vice na Série D em 2016, o CSA também ficou no "quase" em três temporadas da Série B (1980, 1982, 1983). Agora, o clube alagoano não só dá sua primeira volta olímpica em âmbito nacional como também garante o primeiro título brasileiro ao estado de Alagoas. Os alagoanos deixam a lista de estados nordestinos sem conquista nacional. Piauí e Sergipe, no momento, são os únicos sem gritar "é campeão".

A conquista do CSA, aliás, devolve o título da Série C aos nordestinos. A festa na região não acontecia desde 2013, quando o Santa Cruz ficou no lugar mais alto do pódio. Nos últimos anos, Macaé (2014), Vila Nova (2015) e Boa Esporte (2016) reinaram no terceiro escalão nacional. De 2009 para cá, o Nordeste ainda conta com o título do ABC em 2010. Já no geral são quatro conquistas ao todo.

Dono da melhor campanha no geral, o CSA se classificou em um grupo que tinha Sampaio Corrêa, o próprio Fortaleza, Confiança, Salgueiro, Cuiabá, Remo, Botafogo, Moto Club e ASA. No mata-mata, o acesso foi obtido ante o Tombense e vaga para a final foi diante do São Bento. Além dos finalistas, Sampaio e Bentão também subiram de divisão.

O clube alagoano obteve 12 vitórias (sete em casa e cinco fora), nove empates (quatro como mandante e cinco como visitante) e três derrotas (uma diante da torcida e duas fora), além de 27 gols a favor e 14 tomados. Aproveitamento de 62,5%.

O CSA estava fora da Série B desde a Copa João Havelange, em 2000. Mas antes de pensar no último obstáculo até a Série A, o Azulão tentará encerrar outro incômodo jejum. O CSA, maior campeão estadual com 37 títulos, não fatura o Campeonato Alagoano desde 2008. A temporada 2017 acaba com festa, mas o ano de 2018 começará com novos desafios dentro e fora do estado.