São Paulo - O Campeonato Paulista é o Estadual com a maior média de público de todo o futebol brasileiro. Antes mesmo das semifinais e da final, o Paulistão já ostenta 8.844 pagantes. Mas ainda assim, o Estadual poderá ter uma volta olímpica com arquibancadas vazias. É isso mesmo! O capitão do clube campeão poderá levantar o troféu sem nenhuma alma viva fora das quatro linhas.

O futebol paulista, desde abril de 2016, adotou a torcida única entre os principais clássicos do estado - Corinthians, Palmeiras, Santos e São Paulo. A decisão foi tomada pelo então secretário de segurança pública de São Paulo e, hoje, ministro do Superior Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, após a briga entre "torcedores" de Corinthians e Palmeiras causar a morte de um transeunte que foi baleado próximo à Estação São Miguel Paulista da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM).

Imaginem o seguinte cenário: a final do Paulistão conta com dois rivais da capital - Corinthians e São Paulo brigam por uma vaga, enquanto do outro lado da chave, o Palmeiras medirá forças ante a Ponte Preta. No duelo de volta, o visitante derruba o dono da casa e conquista o título de 2017. Qual torcedor do clube mandante ficará no estádio para ver a festa do rival? Como o clube visitante não terá torcedores no estádio, fará a festa com arquibancadas vazias. Neste cenário haveria volta olímpica?

FPF é contra!
Além de jogadores, técnico, comissão técnica e dirigentes, o gramado teria apenas jornalistas, pessoas da Federação Paulista de Futebol (FPF), alguns bicões e silêncio total nas arquibancadas. Esta poderá ser a cena da final de 7 de maio. A FPF afirmou ao Sr. Goool ser contra torcida única, mas não respondeu se tentaria reverter a determinação e se esta era a melhor forma de acabar um Estadual.

“Embora estatísticas indiquem que confrontos entre torcidas tenham reduzido, e público e renda dos jogos tenham aumentado, a Federação Paulista de Futebol não enxerga na aplicação de torcida única a solução para o problema da violência no futebol. Desde o início da nova regra, aplicada em abril de 2016, a FPF manifestou-se contrária à decisão e enviou pedido formal ao Ministério Público Estadual para que a proposta fosse revista, sem sucesso", informou a entidade por meio da assessoria.

"A FPF prega maior rigor na aplicação da legislação vigente para pôr fim à impunidade que ronda os casos de violência no futebol. Reforçamos ainda a necessidade de aumentar o diálogo com o poder público, clubes e sociedade civil para elaborarmos soluções exemplares e definitivas para este problema”, completou a FPF.

O Sr. Goool tentou contato com os chamados grandes, mas não obteve respostas. As semifinais, também em duelos de ida e volta, serão realizadas nos dois próximos finais de semana.