São Paulo - A Série A do Campeonato Brasileiro é o principal torneio do país, mas pouco valorizado pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e pelos clubes. Vide as Datas FIFA que não são respeitadas e a preferência dos clubes em priorizar Libertadores, Copa do Brasil e até Copa Sul-americana. Por conta disso e de outros problemas - como ingressos, estádios, elencos fracos e etc -, os clubes têm pago para entrar em campo e estão longe de fazer receita com os jogos do Brasileirão. (Clique na imagem abaixo, escolha a aba de "renda líquida" e confira o ranking do Brasileirão!)

Prova disso é a renda líquida de Atlético Paranaense, Vitória, Santos e Coritiba. O quarteto já atuou mais de dez vezes como mandante na Série A, mas ainda não arrecadou - ao menos - R$ 1 milhão. Valor considerado baixo no futebol e superado até por clubes de outras divisões do Nacional, como mostrará o Sr. Goool nesta quarta-feira.

A pior situação é do Coritiba. Em 14 partidas como mandante, o Coxa acumulou apenas R$ 665.284,40 de renda líquida. A média por partida não chega a R$ 50 mil (R$ 47.520,31). Se o Coritiba luta contra o rebaixamento, o Santos sonha com o G4. Mesmo assim, o Peixe tem a segunda pior arrecadação da Série A. O clube paulista também fez 14 jogos em casa, mas só embolsou R$ 797.553,17 - média de R$ 56.968,08.

O Vitória, por sua vez, atuou diante de sua torcida por 15 vezes, mas também não é um milionário. A renda líquida total dos baianos chega a R$ 890.483,92 contra R$ 908.986,40 do Atlético Paranaense. Como fez alguns jogos com os portões fechados, o Furacão tem 11 partidas com a presença de torcedores. Todos os outros 16 clubes do Brasileirão, por outro lado, já embolsaram mais de R$ 1 milhão.

Fenômeno!
Em comparação as migalhas do quarteto, o pote de ouro do Corinthians já rendeu R$ 16.469.222,17. Para se ter uma ideia, o clube paulista tem em média R$ 1.176.373,01 líquido por jogo. Ou seja, a média do Timão é maior do que o total de renda de Atlético Paranaense, Vitória, Santos e Coritiba. O total da renda do quarteto é 19% do total da arrecadação alvinegra.

Mesmo juntando as quatro rendas líquidas, o total do quarteto não chegaria a R$ 4 milhões e ainda estaria atrás de Internacional (R$ 8.814.123,65), Grêmio (R$ 6.732.369,60), São Paulo (R$ 6.632.884,14), Flamengo (R$ 4.191.365,22) e Sport (R$ 3.385.611,08).

O desempenho de Furacão, Leão, Peixe e Coxa, porém, não é inferior a apenas os rivais da Série A. O quarteto também apanha de clubes da Série B. Quatro clubes do segundo escalão nacional já arrecadaram mais de R$ 1 milhão. O Santa Cruz, por exemplo, embolsou R$ 2.445.026,86 em 14 partidas em casa.

Ainda em Pernambuco, o Náutico - em 15 jogos como mandante - arrecadou R$ 2.130.895,16. Sampaio Corrêa (R$ 1.834.759,60) e Joinville (R$ 1.168.175,37) são os outros dois clubes da Série B com superávit acima de R$ 1 milhão. Se rivais da Série B já deixam os clubes da Série A embaraçados, imagina só se um clube da Série C ostentar mais renda líquida do que o quarteto da elite?

Pois bem, o Paysandu tem maior arrecadação do que Atlético Paranaense, Vitória, Santos e Coritiba. Na luta pelo acesso na Série C, o Papão realizou seis jogos como mandante e embolsou R$ 1.624.835,79, média de R$ 270.805,97 por partida.

A renda do Fortaleza também é animadora (R$ 945.575,69). E o montante tricolor tem tudo para aumentar, uma vez que o próximo jogo no Castelão deverá receber - ao menos - 60 mil pagantes. Apenas a Série D não tem clubes com arrecadação superior a R$ 1 mi. Mas o estrago para os quatro da Série A já está feito.