São Paulo - O Natal, para as oito Federações com clubes na Série A do Campeonato Brasileiro, começou bem mais cedo do que este domingo, 25 de dezembro. Estas entidades engordaram os cofres à custa dos clubes. E o bom velhinho do futebol garantiu cifras milionárias para as Federações Paulista, Carioca, Gaúcha, Mineira, Paranaense, Pernambucana, Catarinense e Baiana. As quatro primeiras faturaram mais de R$ 1 milhão cada, segundo levantamento do Sr. Goool. A Federação Paulista de Futebol (FPF), que já foi presidida por Marco Polo Del Nero - hoje no comando da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) -, foi aquela que mais acumulou receita.

Segundo o Art. 72 do Regulamento Geral das Competições (RGC), a renda bruta das partidas terá, entre outras deduções, a "taxa da federação local correspondente a 5% da renda bruta, salvo definição de porcentagem diferente especificada no REC". O fato da dedução ser em cima da renda bruta evita que as Federações fiquem sem arrecadar, uma vez que muitos jogos têm dado prejuízo aos clubes.

A FPF embolsou nada menos do que R$ 4.541.641,78. Mesmo sem entrar em campo, a entidade paulista conseguiu arrecadação superior a de 14 clubes do Brasileirão, sendo dois dos seus cinco filiados - Santos e Ponte Preta. Só o campeão Palmeiras repassou R$ 2.115.580,78. O Corinthians também desembolsou uma fortuna (R$ 1.459.867,80).

A Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (FERJ) foi outra que nadou no dinheiro. Mesmo com a ausência do Vasco e com seus filiados sem poder atuar no Maracanã e no Nilton Santos, a FERJ abocanhou R$ 1.778.983,75. O Flamengo foi o responsável pela maior parcela dada à entidade carioca (R$ 1.308.046,40).

Milhões na conta!
Outro caso que chama a atenção é da Federação Gaúcha de Futebol (FGF). A entidade perdeu o Internacional, rebaixado à Série B, mas ainda assim lucrou R$ 1.281.232,40 - receita superior a de sete clubes do Brasileirão. O degolado Inter foi obrigado a repassar mais de meio milhão de reais (R$ 606.051,80). Já o Grêmio deu R$ 675.180,60.

A Federação Mineira de Futebol (FMF) foi a outra entidade que festejou seu milhão. A FMF, à custa de Cruzeiro (R$ 546.473,00), Atlético (R$ 543.412,45) e América (R$ 110.216,25) garantiu (R$ 1.200.101,70). No ranking de renda líquida do Brasileirão cinco clubes não conseguiram arrecadar R$ 1 milhão. Sem falar que América e Atlético terminaram a Série A no vermelho. Receita que deveria estar nos cofres dos falidos clubes, mas acabam sob o poder das ricas Federações e com a conivência dos dirigentes dos próprios clubes.

Confira quanto cada Federação arrecadou e quanto cada clube repassou ao longo do Brasileirão:

FPF (R$ 4.541.641,78)

Palmeiras (R$ 2.115.580,78)
Corinthians (R$ 1.459.867,80)
São Paulo (R$ 467.770,45)
Santos (R$ 411.938,25)
Ponte Preta (R$ 86.484,50)

FERJ (R$ 1.778.983,75)

Flamengo (R$ 1.308.046,40)
Fluminense (R$ 272.007,85)
Botafogo (R$ 198.929,50)

FGF (R$ 1.281.232,40)

Grêmio (R$ 675.180,60)
Internacional (R$ 606.051,80)

FMF (R$ 1.200.101,70)

Cruzeiro (R$ 546.473,00)
Atlético Mineiro (R$ 543.412,45)
América Mineiro (R$ 110.216,25)

FPF (R$ 565.809,00)

Atlético Paranaense (R$ 358.325,00)
Coritiba (R$ 207.484,00)

FPF (R$ 364.623,00)

Sport (R$ 213.635,75)
Santa Cruz (R$ 150.987,25)

FCF (R$ 248.471,75)

Chapecoense (R$ 132.512,00)
Figueirense (R$ 115.959,75)

FBF (R$ 210.746,62)

Vitória (R$ 210.746,62)