Distrito Federal - O futebol brasileiro se especializou na discrepância entre o público divulgado nos borderôs oficiais e o visto nas arquibancadas. Há casos em que os borderôs "exageram" na quantidade de torcedores e casos em "escondem" público. Sem vigilância, cada clube adota uma filosofia própria. Mas há episódios que chamam mais a atenção do que outros. Vide o caso do Brasília, atual campeão da Copa Verde e finalista do Campeonato Brasiliense.
De acordo com os borderôs oficiais da Federação Brasiliense de Futebol (FBF), o Colorado tem arrastado mais torcedor do que Flamengo e Corinthians, donos das maiores torcidas do Brasil. Para se ter uma ideia, no jogo de ida pela final do Candangão, o Brasília - de acordo com o borderô - colocou 58.875 pagantes no Estádio Mané Garrincha, em Brasília, durante a derrota, por 3 a 2, para o Luziânia. (Veja o borderô abaixo!)
Os clubes se comprometem a doar ingressos para escolas e ficam livres do aluguel do Mané Garrincha. Ainda segundo a assessoria da FBF, este é o projeto Torcedor do Futuro. O Sr. Goool também averiguou que empresários e políticos da região compram e distribuem ingressos entre funcionários e simpatizantes.
Mas como nem todos que ganham a entrada comparecem ao estádio, o borderô mostra uma coisa e a arquibancada vazia diz outra. Além destas artimanhas, no segundo jogo da final pelo Candangão, neste sábado, às 16 horas, ainda haverá sorteio de um carro 0 km. A FBF tenta atrair mais torcedores para o Mané Garrincha.
No primeiro duelo, apesar dos 58.875 pagantes, a renda bruta foi de apenas R$ 249.525,00. Públicos com esta quantidade de torcedores geram, no mínimo, R$ 1 milhão de renda. O ingresso mais caro no borderô foi de R$ 20, com a possibilidade de meia-entrada (R$ 10). Os ingressos distribuídos entram no documento oficial com preços simbólicos de R$ 1 e R$ 2.Diferente!
Marcelo, do Atlético Paranaense, fechou a lista com o tento na Arena da Baixada
Leia a notícia completaNão por acaso, o Campeonato Pernambucano teve uma das melhores médias de público entre os Estaduais. O mesmo programa é utilizado no Campeonato Goiano. Sem o controle das autoridades - Confederações, Federações e clubes -, o problema também é observado nos programas de sócio-torcedor. De olho nos benefícios, muitos torcedores pagam o ingresso, mas alguns não vão ao estádio.
Ao invés de registrar o público que paga e adentra ao estádio, os borderôs contabilizam apenas os ingressos vendidos, independentemente da ida ou não torcedor ao estádio. Enquanto não houver fiscalização, borderôs e arquibancadas andarão em lados opostos no futebol brasileiro.