São Paulo - Homens e mulheres! No Campeonato Brasileiro 2014 não são apenas os sexos que são diferentes, o desempenho dentro das quatro linhas também é. De acordo com o levantamento do Sr. Goool, os clubes que se dão bem no Brasileirão feminino, tropeçam nas Séries A, B e C do masculino e vice e versa. A análise do Sr. Goool levou em conta nove clubes que disputam o futebol feminino.

Vejam o caso da Chapecoense. O clube catarinense luta contra o rebaixamento na Série A do Brasileirão. A Chape ocupa a modesta 15ª posição com 28 pontos, apenas três a mais do que o primeiro clube dentro da degola. Mas tudo muda com as mulheres. No Brasileirão feminino, a Chapecoense lidera o Grupo 1 com 100% de aproveitamento, marcou 12 gols e só sofreu um em duas rodadas.

A mesma situação acontece com o Botafogo que tem as mulheres em alta, enquanto os homens decepcionam. O Fogão está na co-liderança do Grupo 1 do Brasileirão feminino com seis pontos, 11 gols a favor e um contra em três partidas - apenas os dois primeiros colocados se classificam à próxima fase. Na Série A dos homens, porém, o Glorioso está a um ponto da zona de rebaixamento.

As mulheres do Duque de Caxias também goleiam os homens. Os marmanjos já foram rebaixados na Série C e têm a pior campanha da competição. O Duque de Caxias venceu apenas uma vez em 17 jogos. Situação bem diferente vive as meninas. No Brasileirão feminino, o Duque de Caxias lidera o Grupo 3 com sete pontos e está invicto após três jogos (duas vitórias e um empate).

Sem salto alto!
Mas também há o outro lado, aquele em que os homens levam vantagem sobre as mulheres. Vide o Avaí. O Leão catarinense é co-líder da Série B com 49 pontos e aproveitamento de 62,8%. Mas as mulheres não estão na mesma sintonia dos homens. O Avaí no Brasileirão feminino é o clube que mais perdeu (3), o que menos marcou gols (0) e o que mais levou gols (21). O Avaí amarga a lanterna do Grupo 1 e ainda não pontuou.

Situação parecida acontece com o Vasco. As meninas do Gigante da Colina ainda não triunfaram no Brasileirão. O Vasco está na lanterna do Grupo 2, ainda não marcou gols e levou cinco em duas partidas. Mas na Série B, o Vascão ocupa a zona de acesso com aproveitamento de 60,3% e a dois pontos da liderança.

Há ainda outros casos não tão definidos. A Portuguesa está prestes a ser rebaixada na Série B e no Brasileirão feminino ocupa a penúltima colocação do Grupo 1, mas a três pontos da zona de classificação. Já o Náutico é o 3º colocado no Grupo 4 do Brasileirão feminino a um ponto da zona de classificação, enquanto os homens estão a nove pontos do G4 da Série B.

Ainda no Nordeste, o Sport está no meio da tabela da Série A, enquanto no Brasileirão feminino as Leoas buscam a primeira vitória para deixarem a lanterna do Grupo 3. Por fim, as meninas do Bahia aparecem em 3º lugar no Grupo 3 a um ponto da zona de classificação. Já os homens lutam contra o rebaixamento no Brasileirão.

Não é preciso dizer que o futebol masculino está a anos luz do feminino. A competição das mulheres, por exemplo, não tem espaço na mídia. Bem diferente dos homens em que a principal receita é a TV. Só Flamengo e Corinthians recebem, ao menos, R$ 100 milhões cada da emissora responsável pela transmissão da Série A.

Já a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) considera o Brasileirão feminino uma competição amadora. Muitas jogadoras fazem jornada dupla, recebem apenas ajuda para entrar dentro das quatro linhas. Há outros inúmeros fatos que colocam homens e mulheres em lados opostos. Mas tudo muda quando a bola rola, como vimos.