São Paulo - O ex-jogador Marcelinho Carioca, em contato com o Sr. Goool, analisou a realização da Copa do Mundo no Brasil. O ídolo corintiano não quis polêmica ao afirmar que não se parece com Romário ou com Ronaldo, ex-jogadores que têm opiniões opostas em relação ao Mundial de 2014. Mesmo assim, Marcelinho Carioca deu declarações que lembraram Romário ao criticar o que ainda há por fazer no país, e atuou como Ronaldo ao mostrar confiança no legado da Copa.

"Não estou nem pra um e nem pra outro. Estou em primeiro lugar para o povo brasileiro que necessita de saneamento básico, necessita de posto de saúde, necessita de capacitação e qualificação pessoal, necessita de segurança publica, enfim, necessita de muita coisa. (...) Mas o Brasil é muito rico para gerar oportunidades, empregos de sustentabilidade da família...", comentou ele em entrevista ao Sr. Goool.

"Lógico que eu tenho certeza que a Copa do Mundo deixará um legado muito grande para todas as pessoas, para o entorno em geral. O local em que foram construídos esses estádios, seu entorno será muito melhorado em termo de urbanização. Vai ser bom para todo o Brasil. Nós somos referência do esporte. A gente tem que ver com bons olhos, não temos que criticar. A gente tem que ajudar no que for possível e os erros temos que arrumar", completou o ex-camisa 7 do Corinthians.

O clube paulista, aliás, também foi tema da entrevista. Marcelinho Carioca afirmou que o time campeão brasileiro (2011), da Libertadores e Mundial (2012), além do Paulistão (2013) não é melhor do que o time estrelado por ele em 1998, 1999 e 2000. Na época, o Corinthians foi bicampeão brasileiro, campeão paulista e ainda venceu o Mundial de Clubes. Na Libertadores, porém, duas eliminações para o rival Palmeiras.

"Não, não! (Corinthians 2012) não é melhor. Tecnicamente, não é. De 2012 ganharam... a única diferença é que 2012 conseguiram a Libertadores, com muito mérito, mas tecnicamente, não é!", polemizou o pé de anjo.

A mesma confiança, porém, não foi vista na análise sobre a Seleção Brasileira. Ele, assim como muitos torcedores, se animou com o título da Copa das Confederações, mas preferiu manter os pés no chão até a Copa do Mundo.

"Ela (Seleção Brasileira) tem que melhorar muito. Ela recuperou, não o bom futebol que todos esperam, mas a auto estima, formato de grupo, liderança novamente... Acho que está no caminho certo", opinou Marcelinho Carioca que, entre 1998 e 2001, realizou três partidas com a camisa da Seleção Brasileira e marcou dois gols.

Em tempos...
Suplente de deputado federal, Marcelinho Carioca (PSB-SP) também comanda um instituto que leva seu nome. Com base em Atibaia, interior de São Paulo, o Instituto Marcelinho Carioca já tem parceria com Guarulhos, Ribeirão Preto entre outras cidades paulistas. O ex-jogador está próximo de fechar contrato com a cidade de Porto Ferreira - distante 227 km da capital São Paulo.

Criado em 2003, o Instituto Marcelinho Carioca atende jovens de 12 a 21 anos que receberão aulas de futebol, acesso gratuito à internet, atendimento odontológico, reforço escolar, suplemento alimentar, instituto de beleza e acompanhamento familiar.

"Instituto vai ser a base para dar sustentabilidade para que ela (criança) possa ter um futuro promissor. Não sozinho. Junto com os órgãos públicos e privados, assim como pessoas qualificadas e capacitadas. Se a gente descobrir um talento, será encaminhado da melhor forma possível, terá direcionamento de vida e acompanhamento e buscar parceiros para dar sustentabilidade e continuidade para a própria vida", explicou ele a respeito do Instituto Marcelinho Carioca.

"O fato de ajudar as pessoas independe do grau de escolaridade, de onde você esteja trabalhando... Ajudar as pessoas é o cumprimento do segundo maior mandamento. A vida é feita de relacionamento. Ajudar sem interesse, ajudar sem esperar algo em troca é a melhor forma que o ser humano possa fazer, independentemente se é deputado, prefeito, governador, presidente...".

Mesmo de família humilde - o pai era gari e a mãe era do lar -, Marcelinho Carioca revelou que a base familiar foi responsável por ele ter vencido na vida.

"Eu tive a base familiar, os conselhos, princípios de vida e educação dos meus pais. Tive a felicidade de estudar. Sou formado, cursei Educação Física, Comunicação. Ainda tive ajuda de muitas pessoas, pessoas notórias, referencias do esporte, como o saudoso Telê Santana, o Zico, peguei supervisores do Madureira, Flamengo que deram ensinamento de vida. Meus familiares ensinaram o caminho certo, saindo fora do caminho ruim, fugindo nas más companhias", concluiu o ex-jogador em entrevista ao site Sr. Goool.