São Paulo - O Atibaia faz campanha impecável na Série A3 do Campeonato Paulista (equivalente a 3ª divisão) mesmo tendo que atuar em outra cidade. Este é o principal motivo para o clube do interior ostentar a pior média de público da divisão, segundo levantamento do Sr. Goool. Com o Estádio Salvador Russani interditado, o Atibaia tem mandado suas partidas na Série A3 no Gigante da Vila Industrial, em Indaiatuba - distante 93,5 km ou 1h12min.

Em campo, o Atibaia lidera a Primeira Fase da Série A3 Paulista com 32 pontos em 15 jogos. São dez vitórias (quatro como mandante e seis como visitante), dois empates ao lado da torcida e três derrotas (duas em casa e uma fora), além de 27 gols a favor e 14 contra. Aproveitamento de 71,1%. O fator casa, antes da análise das arquibancadas, já pode ser visto em campo. O aproveitamento do Atibaia como mandante é de 58,3%, contra 85,7% fora de casa.

Nas arquibancadas, porém, os números são mais cruéis. O Falcão, como o clube é conhecido por seus torcedores, apresenta média de apenas 44 pagantes, a pior da Série A3. Em oito jogos como mandante, o Atibaia teve a seu lado o apoio de apenas 353 testemunhas. Para se ter uma ideia, a média de público do Atibaia é inferior a apresentada pelo Grêmio Barueri (86), clube que perdeu todos os seus 15 jogos.

O Atibaia tem quatro dos dez piores públicos da Série A3. O menor ocorreu no duelo contra o Olímpia (18). Ainda assim, este público é nove vezes maior do que o pior registrado na divisão. Guaratinguetá e Itapirense atuaram perante - pasmem! - dois pagantes. O Guará, que também está sem estádio, tem os três piores públicos da competição - os outros dois são de 12 e 15 testemunhas.

Sem estádio e sem acesso!
O problema do Sport Club Atibaia com estádio e público, porém, não é nada novo. O clube do interior, aliás, perdeu um acesso por causa da sua casa. O Estádio Salvador Russani tem capacidade para apenas três mil pessoas. A Federação Paulista de Futebol (FPF) exige que os integrantes da Série A2 (equivalente a 2ª divisão) tenham estádios com capacidade de, pelo menos, oito mil fãs.

Em 2015, o Atibaia conquistou o inédito acesso na Série A3, mas perdeu a vaga por causa da capacidade do seu estádio. A prefeitura local não garantiu a reforma nas arquibancadas e a FPF foi obrigada a passar o acesso ao Barretos, 5º colocado na Série A3. No ano passado, jogando em casa, o Atibaia fechou a competição com média de apenas 258 pagantes, a 15ª maior de uma divisão com 20 clubes.

Fundado em 12 de dezembro de 2005, o Atibaia disputou pela primeira vez uma divisão estadual em 2006. Há dez anos, o clube entrou na Segundona Paulista (equivalente a última divisão estadual). O acesso, porém, ocorreu apenas em 2014. Em 2015, o Atibaia conquistaria novo acesso, desta vez para a Série A2, mas que não foi concluído por causa da capacidade do seu estádio.

Líder em campo e lanterna nas arquibancadas, o Atibaia enfrentará o Comercial na quarta-feira, às 20 horas, no Estádio Palma Travassos, em Ribeirão Preto, pela 16ª rodada da Série A3 Paulista.