São Paulo - Duas UEFA Champions League, dois Campeonatos Italianos, duas Supercopas da UEFA, um Mundial de Clubes, uma Copa do Mundo. O currículo do volante Gennaro Gattuso, que se aposentou em 2013, é um dos mais vitoriosos da história do Milan e do futebol italiano, tendo formado uma das melhores duplas de volantes do futebol mundial ao lado do genial Andrea Pirlo.
Além da liderança, do entendimento tático perfeito e do ótimo passe de bola, Gattuso em campo era sempre garantia de máximo esforço e dedicação total à marcação. Por mais que fosse um jogador reconhecidamente leal, acabava ficando na fronteira entre a marcação dura e o jogo faltoso – se houvesse naquela época a atual febre pelas apostas Mobile, com certeza haveria alta probabilidade de vitória num palpite por um cartão amarelo do volante.
Conheça um pouco da história desse eterno camisa 8, que após a aposentadoria se tornou treinador.
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Leia a notícia completaA consolidação no Milan
Gattuso fez sua estreia pelo Milan em 15 de setembro de 1999, em um jogo de Champions League contra o Chelsea, fora de casa. A partida terminou empatada em 0 a 0, e já nos primeiros jogos o volante convenceu treinador e torcida da sua importância, tornando-se titular e marcando grandes jogadores como o centroavante Ronaldo, então atuando pela Internazionale.
Foi peça fundamental nos intransponíveis meios de campo formados pelo Milan em duas conquistas de Champions League, em 2003 e 2007, e também participou da equipe que foi vice-campeã da principal competição de clubes europeia em 2005, vencida pelo Liverpool.
Na primeira conquista, obtida após vitória nos pênaltis contra a rival Juventus, o meio campo era formado por Gattuso, Pirlo, Seedorf e Rui Costa, com Schevchenko e Inzaghi no ataque. Já em 2007, Rui Costa foi substituído por Ambrosini, e o atacante ucraniano deu lugar a Kaká, então eleito melhor jogador do mundo. Dida, Nesta e Maldini formavam a espinha dorsal defensiva de ambas as equipes.
Gattuso foi campeão italiano nas temporadas de 2003/2004 e 2010/2011, tendo atuado em altíssimo nesta última, já no ocaso de sua longa e brilhante carreira. A partir de então passou por dificuldades físicas e e não conseguiu manter a titularidade inquestionável por tantos anos até que, em junho de 2012, foi liberado pelo Milan e se juntou ao clube suíço Sion, onde encerrou sua carreira de jogador e também imediatamente começou sua nova ocupação, de treinador.
Ao final de sua trajetória pelo Milan, Gattuso atuou em 468 partidas oficiais, tendo marcado 11 gols e anotado 20 assistências. Uma curiosidade é que em todas essas 468 partidas Gattuso atuou com a camisa número 8, não tendo utilizado nenhum outro número durante sua passagem pelo Milan.
A última vez que ele utilizou outro número por clubes foi na temporada 1998/1999, quando vestiu as camisa 6 da Salternitana – anteriormente havia sido camisa 7 e 18 no Rangers, 15 no Perugia e encerrou a carreira com a 8 no Sion.
Nas seleções sub-21 e olímpica, vestia a camisa 6 e, além da eterna camisa 8, utilizou também outros números na seleção principal, como 16, 15, 11 e 4.
Do campo para o banco, sem escalas
Em fevereiro de 2013, Gattuso pendurou as chuteiras e assumiu a posição de técnico do Sion - ficou no cargo até maio daquele ano. Como treinador, desde então Gattuso trabalhou no Palermo, no OFI de Creta, na Grécia, no Pisa, no Milan e no Napoli - na equipe anteriormente defendida por Diego Maradona, Gattuso conquistou seu único título como treinador, a Copa da Itália de 2019/20.
Pela seleção italiana, o volante estreou em fevereiro de 2000, quando tinha 22 anos e o time era comandado pelo ex- goleiro Dino Zoff. Defendeu a Azzurra em 73 partidas, tendo marcado um gol. Nove destas partidas foram em Copas do Mundo – nas edições de 2002, 2006 e 2010.
Defendeu a seleção ainda em duas Eurocopas, de 2004 e 2008, no título da Eurocopa sub-21 de 2000 e também nos Jogos Olímpicos de 2000.