São Paulo - O futebol brasileiro, conhecido mundialmente por sua paixão e talento inigualável, está em constante evolução. Novas abordagens e estratégias são essenciais para garantir o crescimento sustentável dos clubes e a manutenção da competitividade em níveis nacionais e internacionais.
Neste contexto, surge um modelo inovador de gestão: as Sociedades Anônimas do Futebol, também conhecidas como SAFs. Muitos devem estar se perguntando como esse modelo de gestão pode ajudar o futebol do país a investir mais em times, especialmente nos jogadores de bases.
Não se preocupe que vamos mostrar o funcionamento das SAFs e a sua relevância no cenário da administração esportiva no Brasil!
Essa abordagem difere do modelo tradicional de associação sem fins lucrativos, com o objetivo de melhorar a estrutura de gestão, a capacidade financeira e a competitividade do clube.
Funcionamento das SAFs
As SAFs representam uma evolução no modelo de gestão dos clubes esportivos. Quando um clube decide adotar o formato de SAF, ele passa por uma transformação jurídica que o converte em uma empresa de capital aberto.
E por meio dessa transformação, o clube emite ações que podem ser adquiridas por investidores, sejam eles indivíduos ou empresas, o que injeta capital financeiro na organização.
Com essa entrada de recursos, os clubes têm a capacidade de investir em diversas áreas, como contratação de jogadores, desenvolvimento de infraestrutura, categorias de base e estratégias de marketing.A governança das SAFs é caracterizada por uma estrutura profissionalizada, com a formação de conselhos de administração e diretores executivos, que aplicam práticas empresariais modernas para garantir transparência, eficiência e competitividade.
A adesão às SAFs também traz consigo a necessidade de equilibrar objetivos esportivos e financeiros, uma vez que os acionistas passam a esperar retornos financeiros sobre seus investimentos. Por conta disso, a gestão das finanças do clube torna-se crucial, pois a tomada de decisões deve considerar tanto o sucesso esportivo quanto a rentabilidade.
A adoção das SAFs é uma tentativa de impulsionar o desenvolvimento do futebol brasileiro, atraindo investimentos e promovendo uma gestão mais eficiente. No entanto, também traz desafios, exigindo um equilíbrio delicado entre a paixão pelo esporte, levando em conta quem adora as dicas para apostas esportivas, e a responsabilidade financeira perante os acionistas.
A implementação bem-sucedida desse modelo pode representar um passo significativo rumo à modernização do futebol e à conquista de resultados expressivos tanto dentro quanto fora dos campos.
Como funciona o modelo de SAF para um clube esportivo?
O modelo de Sociedade Anônima do Futebol para um clube esportivo envolve uma transformação substancial na estrutura e na gestão da instituição esportiva, como:
1. Estudo e decisão: o processo começa com uma análise detalhada do clube, suas finanças, infraestrutura, mercado potencial e objetivos a longo prazo. Com base nessa avaliação, a diretoria do clube e seus principais stakeholders decidem se a adoção do modelo de SAF é apropriada e benéfica para a instituição.
2. Consultoria jurídica e financeira: o clube contrata consultores jurídicos e financeiros especializados para orientar o processo de transformação. Eles ajudam a elaborar um plano detalhado, considerando questões legais, financeiras, tributárias e operacionais.
3. Assembleia Geral de Sócios: uma Assembleia Geral de Sócios é convocada para aprovar a transformação em SAF. Os sócios votam sobre a mudança e aprovam a alteração do estatuto para permitir a adoção do novo modelo de gestão.
4. Transformação jurídica: uma vez aprovada a decisão, o clube inicia o processo legal de transformação em uma Sociedade Anônima do Futebol. Isso envolve a alteração do registro do clube de associação sem fins lucrativos para uma empresa de capital aberto, seguindo as leis e regulamentos do país.
5. Emissão de ações: a SAF emite ações que representam a propriedade e participação nos resultados do clube. Essas ações podem ser adquiridas por investidores externos e até mesmo pelos próprios sócios do clube, dependendo das regras estabelecidas.
6. Profissionalização da gestão: com o novo formato, a gestão do clube se torna mais profissionalizada, seguindo padrões empresariais de governança. Isso pode incluir a formação de um conselho de administração, contratação de diretores executivos especializados e implementação de práticas de gestão modernas.
7. Entrada de investidores: a entrada de investidores externos injeta capital financeiro no clube. Isso pode ser usado para financiar atividades esportivas, contratação de jogadores, desenvolvimento de infraestrutura e expansão da marca.
8. Prestação de contas e transparência: a SAF é obrigada a fornecer informações financeiras e operacionais transparentes para os acionistas e o público. Isso inclui divulgações financeiras regulares e relatórios sobre o desempenho do clube.
9. Equilíbrio entre esporte e finanças: um dos desafios é encontrar o equilíbrio entre objetivos esportivos e financeiros. A gestão precisa tomar decisões que garantam o sucesso nos campos e também atendam às expectativas dos investidores por resultados financeiros positivos.
10. Crescimento sustentável: a SAF busca promover um crescimento sustentável do clube, atraindo investimentos, melhorando a competitividade esportiva e garantindo a saúde financeira a longo prazo.
A adoção de SAFs pode variar em detalhes e complexidade de clube para clube, e de acordo com as regulamentações do país em que estão localizados.
Qual a diferença entre SAF e Clube-empresa?
Entre as principais diferenças entre Sociedades Anônimas do Futebol (SAFs) e o modelo de Clube-Empresa, estão:
Aspecto | SAF | Clube-empresa |
---|---|---|
Estrutura Jurídica | Empresa de capital aberto | Associação sem fins lucrativos |
Emissão de Ações | Emite ações | Não emite ações |
Entrada de Investidores | Atrai investidores externos | Não permite investidores |
Governança | Profissionalizada e estruturada | Varia, pode ser mais tradicional |
Controle | Acionistas e investidores | Sócios e/ou diretoria eleita |
Foco Financeiro | Retornos para acionistas | Autonomia na gestão financeira |
Gestão Esportiva | Pode ser influenciada por finanças | Autonomia na tomada de decisões |
Objetivos | Equilíbrio entre esportivo e financeiro | Prioriza interesses dos sócios |
Transparência | Nível maior de transparência | Transparência pode variar |
Desenvolvimento | Investimento em infraestrutura e talentos | Autonomia nas prioridades |
Lembrando que as características podem variar dependendo das especificidades do clube e das regras do país em que estão localizados.
Quais clubes brasileiros são SAF?
Aqui no Brasil, a lei que permitiu os clubes se tornarem SAFs foi aprovada em 2021, e desde então, alguns times já mudaram seus estatutos.
Os três primeiros foram Bahia, Cruzeiro e Botafogo.
● Bahia: foi comprado pelo mesmo grupo que controla o Manchester City
● Cruzeiro: foi adquirido pelo ex-jogador Ronaldo Fenômeno
● Botafogo: tem como dono o inovador John Textor
A esses três times, somam-se Cuiabá, Red Bull Bragantino e Vasco, totalizando seis clubes que atuam no modelo SAFs.
A relevância das SAFs na gestão dos clubes
As Sociedades Anônimas do Futebol tem um papel importante na modernização e fortalecimento da gestão dos clubes esportivos e ultrapassa as linhas do campo, impactando positivamente a indústria do esporte como um todo. Ao atrair investidores, as SAFs incentivam o crescimento da economia esportiva, gerando empregos e oportunidades de negócios nos setores relacionados.
Além disso, a maior transparência e prestação de contas inerentes às SAFs podem auxiliar na construção de uma relação de confiança entre os clubes e seus torcedores, patrocinadores e parceiros comerciais.
Com a capacidade de planejar a longo prazo, investir em infraestrutura de alta qualidade e formar uma base sólida de talentos jovens, as SAFs surgem como uma alternativa promissora para os clubes que buscam um futuro mais estável e bem-sucedido no cenário esportivo e econômico.
Ao adotar esse modelo, os clubes têm a oportunidade de melhorar a gestão, atrair investimentos e elevar o nível de competição no cenário nacional e internacional. A evolução constante é vital para garantir que o Brasil continue sendo uma potência do futebol mundial.