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Em 24 de fevereiro de 2014 às 05:55

Federações abocanham até 10% da renda bruta dos clubes pelos Estaduais

Entidades já haviam turbinado os cofres com o repasse mensal da CBF de R$ 100 mil

Rodolfo Brito São Paulo-SP

São Paulo - A Confederação Brasileira de Futebol (CBF), sob o comando do presidente José Maria Marín, dobrou o repasse mensal para as 27 Federações estaduais no final do ano passado. As entidades que ganhavam "apenas" R$ 50 mil, passaram a embolsar R$ 100 mil. A caixinha das Federações ainda é engordada por publicidade e filiação de clubes. Sim! É preciso pagar para fundar um clube. Mesmo com tantas fontes, as Federações ainda acham outra forma de encher os cofres.

 Próximo das eleições da CBF, Marín aumentou a verba das Federações, mas ainda assim as entidades querem mais!
Em todas as partidas dos Campeonatos Estaduais, os clubes mandantes são obrigados a separar uma parcela da renda bruta para as Federações. Esta parcela, em alguns casos, chega a 10% da renda. O repasse é certo, uma vez que a renda bruta ainda não sofreu cortes com os gastos do jogo. Se o valor fosse em cima da renda líquida, muitas Federações não receberiam nada, uma vez que a maioria dos jogos dá dívida aos clubes.

Não há lógica nesta cobrança. A Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (FERJ), por exemplo, assopra os grandes e morde os pequenos. Partidas que envolvem Botafogo, Flamengo, Fluminense e Vasco têm cobrança de 8% da renda bruta. Já duelos entre os chamados pequenos, a fatia chega a 10%. Na semana passada, a FERJ já havia se envolvido em outra confusão ao turbinar os borderôs do Cariocão com as cotas de TV.

No Rio Grande do Sul acontece o inverso. Os pequenos ficam 5% mais pobres no Gauchão, enquanto Grêmio, Internacional, Brasil, Juventude e Caxias pagam 10%. O mesmo valor é cobrado de Cruzeiro, Atlético, América, Boa Esporte e Tombense no Mineiro. Os outros clubes desembolsam 8,5% para a FMF.

Fixo!
O caso da Paraíba é ainda mais curioso. Nos borderôs, a inscrição "5% para a Federação" está riscada e o valor que aparece é fixo (R$ 2.500). Independentemente da renda bruta, os clubes são obrigados a desembolsar R$ 2.500 - valor que vai para o cofre da Federação Paraibana de Futebol (FPF).

Há outros casos que chamam a atenção. Os Estados do Pará e do Mato Grosso do Sul não contam com clubes nas Séries A e B do Brasileirão. Mesmo assim, as duas Federações recebem 10% da renda bruta dos seus clubes nos Estaduais. Alagoas e Ceará, também sem clubes na elite nacional, cobram 8%.

A Federação de Futebol do Espírito Santo (FES) está com seu site fora do ar e, por isso, não entrou no levantamento do Sr. Goool. A Federação Amazonense de Futebol (FAF) fere o Estatuto do Torcedor ao não divulgar os borderôs. Enquanto isso, Rondônia e Tocantins iniciaram seus Estaduais apenas neste final de semana e divulgarão em breve os borderôs dos jogos.

Confira qual é a parte das Federações na renda bruta dos clubes:



Alagoano(8%)
Baiano(5%)
Brasiliense(5%)
Carioca(8% e 10%)
Catarinense(10%)
Cearense(8%)
Gaúcho(5% e 10%)
Goiano(10%)
Maranhense(7,5%)
Mato-grossense(5%)
Mineiro(8,5% e 10%)
Paraense(10%)
Paraibano(5%)
Paranaense(10%)
Paulista(5%)
Pernambucano(8%)
Piauiense(5%)
Potiguar(6%)
Sergipano(5%)
Sul-mato-grossense(10%)