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Carioca Série A
Em 18 de março de 2015 às 10:34

Federações chegam a cobrar até 10% da renda bruta dos clubes nos Estaduais

Em muitas situações, as Federações arrecadam mais do que os próprios clubes

da Redação -

Rio de Janeiro - Os clubes brasileiros - por culpa dos próprios dirigentes - estão atolados em dívidas. As Federações, por outro lado, recebem comissões da Confederações Brasileira de Futebol (CBF). Mesmo assim, as entidades locais fazem questão de cobrar uma taxa dos clubes a cada jogo nos Campeonatos Estaduais. Tem Federação que chega a exigir 10%, como mostrará o Sr. Goool nesta terça-feira.

Não importa se o clube é grande ou pequeno, da capital ou do interior, se tem ou não tem divisão nacional, as Federações do Rio de Janeiro, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Goiás, Pará, Paraná, Mato Grosso do Sul, Tocantins e Minas Gerais exigem 10% dos seus filiados a cada jogo. E estes 10%, as sábias Federações, determinam que sejam das rendas brutas. Afinal, a maioria dos clubes tem tido déficits nas rendas líquidas.

Não por acaso, em muitas situações, as Federações arrecadam mais do que os próprios clubes. A cada jogo, os clubes têm inúmeras despesas, enquanto as Federações têm garantido a sua parte no jogo e sem fazer esforço. No Estadual Mineiro, em alguns casos, a FMF cobra 8,5% dos clubes. Mas a caixinha da Federação para com os grandes clubes é sempre de 10%.

Neste clube dos 10%, chama a atenção as presenças das entidades sul-mato-grossense e tocantinense que sequer contam com clubes nas Séries A, B e C do Brasileirão. Despesas altas também para os clubes alagoanos, capixabas, cearenses e pernambucanos que são obrigados a darem 8% da renda bruta a suas Federações. No Campeonato Maranhense, a caixinha chega a 7,5%.

 Federação Paulista, do futuro presidente da CBF Marco Polo Del Nero, cobra 5% dos clubes a cada jogo!
Mas nem todas as entidades são gananciosas. Há um bom exemplo. No ano passado, a Federação Paraibana de Futebol (FPF) sofreu nas mãos dos seus dirigentes. Houve até sumiço de borderôs. Mas tudo mudou em 2015. E a boa notícia foi dada pelo atual presidente Amadeu Rodrigues. A FPF, que antes exigia 10% dos seus clubes, abriu mão da sua parte. Isso mesmo! Os clubes estão livres da taxa.

"A Federação vem passando por dificuldades, mas não conheço Federação forte com clubes fragilizados e essa foi uma maneira de ajudar, mesmo sabendo que não será fácil resolver a equação. A partir de hoje nesse Campeonato nenhum clube paga mais a taxa de administração. Vamos continuar buscando outros meios para ajudar os clubes, além dessa decisão de hoje", explicou o mandatário da FPF.

Em um cenário com 27 Federações, apenas uma não abusa dos seus clubes. Todas as outras cobram caixinha. Os Estaduais do Amazonas e do Piauí ainda não divulgaram os borderôs das primeiras rodadas e, por isso, não é possível saber o tamanho da despesa. Já os Campeonatos Amapaense, Rondoniense e Roraimense ainda não tiveram início na atual temporada.

Confira quanto cada Federação cobra dos seus clubes a cada jogo nos Estaduais:

Carioca (10%)

Catarinense (10%)

Gaúcho (10%)

Goiano (10%)

Paraense (10%)

Paranaense (10%)

Sul-mato-grossense (10%)

Tocantinense (10%)

Mineiro (8,5% e 10%)

Alagoano (8%)

Capixaba (8%)

Cearense (8%)

Pernambucano (8%)

Maranhense (7,5%)

Mato-grossense (6%)

Potiguar (6%)

Acreano (5%)

Baiano (5%)

Brasiliense (5%)

Paulista (5%)

Sergipano (5%)