Rio de Janeiro - A Estrela Solitária que esteve escondida, quase apagada neste ano, voltou a iluminar o futebol nacional. O Botafogo fez o que todos esperavam, brilhou - de certa forma - e conquistou o tão sonhado acesso na Série B do Campeonato Brasileiro. A luminosidade da Estrela Alvinegra chegou ao ápice, na noite desta terça-feira, durante a vitória sobre o Luverdense, por 1 a 0, em Lucas do Rio Verde. A volta para a constelação da Série A foi obtida com três rodadas de antecedência.
Tal qual a Estrela D'Alva, o Botafogo despertou cedo para a disputa pelo acesso. Apenas na 1ª rodada, o Glorioso não ficou no G4 da Série B. Sem falar que o clube carioca assumiu a liderança na 22ª rodada e não saiu mais. Das 35 rodadas, a Estrela Solitária brilhou no alto da classificação em 27.Para fugir das trevas e desbancar os rivais que tentavam apagar sua luminosidade, o Botafogo precisou conquistar 20 vitórias (11 em casa e nove fora) e oito empates (quatro como mandantes e quatro como visitantes). O clube ainda sofreu sete derrotas (duas diante da torcida e cinco fora), além de ter anotado 58 gols e sofrido 26. O Glorioso tem o maior número de vitórias, o menor número de derrotas, o melhor ataque e a melhor defesa.
Ao contrário das grandes constelações do passado, o atual Botafogo - de fato - teve apenas uma Estrela Solitária. Jefferson foi o paredão alvinegro. Goleiro de Seleção Brasileira, ele é ídolo e o mais querido pelos torcedores. O fato de não ter deixado o time após o rebaixamento, fez ele brilhar ainda mais perante os torcedores. No elenco do acesso, há ainda jogadores que podem virar estrela e brilhar diante da torcida. São os casos de Gegê - meia canhoto -, Octávio - meia - e Luís Henrique - atacante.Situação bem diferente da apresentada pelo Botafogo no passado, quando o clube tinha uma verdadeira constelação de craques como Didi, Garrincha, Amarildo, Zagallo, Jairzinho, Nilton Santos e cia.O Botafogo também esteve só em relação aos torcedores. O Estádio Nilton Santos, mais conhecido como Niltão, teve baixa procura por parte das estrelas que cantam, pulam e apoiam. A média de público do Glorioso sequer chegou a 10 mil pagantes (8.483). O jogo que mais contou com estrelas nas arquibancadas foi diante do Paysandu (21.605). Das 17 partidas em casa, só quatro tiveram público superior a dez mil pagantes.
O objetivo, porém, foi atingido dentro das quatro linhas. A Estrela Solitária voltou a brilhar. Que a partir de agora, dirigentes, jogadores, treinadores e torcedores brilhem como Vênus ou acordem com a Estrela D'Alva como faziam os remadores na enseada de Botafogo. A Estrela brilha, só não tentem apagá-la novamente.
O primeiro desafio após o acesso será no sábado, às 17h30, contra o Santa Cruz no Estádio Nilton Santos, no Rio de Janeiro, pela 36ª rodada. O Botafogo, agora, lutará pelo título da Série B.