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Brasileirão Feminino Série A1
Em 28 de janeiro de 2016 às 01:04

Presidente da CBF, por meio da assessoria, foge de questões espinhosas

Coronel Nunes evitou falar de jogo sem ambulância e do Estatuto do Torcedor

da Redação -

Pará - O que você espera do presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF)? Pergunta subjetiva é verdade, mas sem dúvida muitos acreditam que o mandatário da entidade mais importante do futebol brasileiro deveria saber se expressar ou que teria opiniões sobre temas importantes do esporte, como Estatuto do Torcedor. Antônio Carlos Nunes de Lima, mais conhecido como Coronel Nunes, porém, ainda foge da imprensa.

 Coronel Nunes, até mesmo em ambiente controlado, evita emitir opiniões a respeito do futebol brasileiro!Rafael Ribeiro / CBFCoronel Nunes, até mesmo em ambiente controlado, evita emitir opiniões a respeito do futebol brasileiro!
Escolhido a dedo por Marco Polo Del Nero, de licença desde que passou a ser investigado pela Justiça americana, Coronel Nunes - através da assessoria da CBF - evitou entrar em temas espinhosos com o Sr. Goool. O mandatário foi lacônico em suas respostas a respeito da falta de ambulância no Campeonato Brasileiro de futebol feminino e até mesmo sobre o Estatuto do Torcedor.

Na última quarta-feira, Pinheirense e Caucaia, pela 2ª rodada do Brasileirão Feminino, iniciaram o duelo no Estádio Francisco Vasquez, em Belém, sem a presença de uma ambulância - o que é proibido. Na súmula, o árbitro Wasley Couto se limitou a relatar o atraso de 18 minutos por conta da falta de ambulância. Caso ele relatasse que o jogo rolou mesmo sem ambulância, seria punido pela Comissão de Arbitragem. Quem esteve na partida, porém, sabe o que de fato aconteceu em Belém.

A garantia de uma ambulância em jogos está explícita no Estatuto do Torcedor. Diz o Art. 16 do Estatuto do Torcedor "IV - disponibilizar uma ambulância para cada dez mil torcedores presentes à partida". Sem falar que a ausência da ambulância pode acarretar em suspensão do jogo, como determina o Art. 19 do Regulamento Geral das Competições: "Uma partida só poderá ser adiada, interrompida ou suspensa caso ocorra, pelo menos, um dos seguintes motivos: IV - ausência de ambulância no estádio".

Mesmo diante de todas estas informações e de todos os questionamentos do Sr. Goool, a CBF se limitou a responder que "A Diretoria de Competições da CBF vai apurar o ocorrido para evitar que esse fato se repita".

 Quem foi ao jogo sabe que a bola rolou mesmo sem ambulância no estádio em Belém!Reprodução / CBFQuem foi ao jogo sabe que a bola rolou mesmo sem ambulância no estádio em Belém!
Silêncio!
A outra questão levantada pelo Sr. Goool e ignorada pelo Coronel Nunes diz respeito à Federação Paraense de Futebol (FPF). Para quem não sabe, o mandatário - até chegar ao posto mais alto da CBF - presidia a entidade paraense. A FPF, porém, fere o Estatuto do Torcedor ao não divulgar o regulamento na íntegra em seu site oficial. Detalhe: o Campeonato Paraense começará neste final de semana.

Como a CBF é responsável pelas Federações - aumentará a mesada repassada às entidades de R$ 50 mil para R$ 75 mil - e como o Estatuto do Torcedor diz respeito a todo o futebol brasileiro, a entidade nacional teria a obrigação de dar um parecer sobre a questão. Mas a assessoria da entidade, quer dizer, o presidente - via assessores - se limitou a dizer que "questões sobre a Federação Paraense de Futebol (FPF) devem ser respondidas pela própria entidade".

O Sr. Goool rebateu tal afirmação com duas perguntas pertinentes (O Estatuto do Torcedor deve ser respeitado? O que a CBF pode fazer para que as Federações não desrespeitem o Estatuto do Torcedor?), mas não obteve resposta dos assessores. Desde o ano passado, o Sr. Goool procura pelos assessores da FPF, mas não obtém resposta sobre a não divulgação do regulamento. 

Diante de tudo isso, caberia à CBF responder mais uma questão: O presidente Coronel Nunes foi avisado pela assessoria da CBF sobre estas questões e sobre estes temas levantados pelo Sr. Goool? Pergunta pertinente, afinal, nos últimos dias, houve desencontro em declarações do atual presidente e da assessoria da CBF. O mandatário estava animado com a Primeira Liga, enquanto os assessores produziram uma nota vetando o torneio em 2016. Mas que fique bem claro, o presidente atual da CBF é o Coronel Nunes e não os responsáveis pela nota sobre a Primeira Liga.