Rio de Janeiro - O torcedor carioca não está nada interessado no Estadual organizado pela Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (FERJ). Não precisa ser nenhuma pitonisa para adivinhar isso. Basta olhar a média modesta de público da 1ª rodada do Campeonato Carioca. De acordo com o levantamento do Sr. Goool, o Cariocão começou com média de apenas 2.426 testemunhas e público total de 19.411 torcedores. Para se ter uma ideia, a rodada inicial do Paulistão chegou a 7.993 pagantes.
Sem falar que o público do Corinthians chegou a 30.945 torcedores, mais do que todos os públicos do Cariocão. No Rio de Janeiro, a melhor marca foi do campeão Vasco com 7.905 fãs. O Flamengo, em Mesquita, levou 6.218 fanáticos. Dos oito primeiros jogos do Estadual, quatro tiveram público inferior a mil pagantes.Mas os problemas do Estadual da FERJ vão além do público. A 1ª rodada do Cariocão, por exemplo, teve déficit de R$ - 3.469,85. O pior rombo foi do Bangu que ficou com dívida de R$ -32.894,76. O Volta Redonda, mesmo atuando ante o Fluminense, amargou déficit de R$ - 16.065,61.
Entre as arrecadações, mas do outro lado do ranking, a melhor também foi a do Vasco (R$ 18.152,38). A melhor, diga-se de passagem, em relação aos clubes. Afinal, a FERJ, sem entrar em campo e sem fazer esforço, abocanhou R$ 44.887,50. A entidade carioca, como todas as Federações, cobra uma taxa em cima da renda bruta dos mandantes. No Brasileirão, a taxa é fixa em 5%. Situação diferente no Cariocão.
Taxa turbinada!
No Estadual, a FERJ embolsou entre 8% e 9% da taxa dos mandantes. A Federação, aliás, poupou os chamados pequenos, mas só aqueles que enfrentaram clubes também pequenos. O Volta Redonda, por exemplo, enfrentou o Fluminense e pagou à FERJ a bagatela de R$ 4.210,00 ou 9,7% da renda bruta. O montante da FERJ ainda teve as colaborações de Vasco (R$ 21.915,00), Flamengo (R$ 15.504,00) e Bangu, adversário do Botafogo (R$ 3.258,50).
Sem falar que a FERJ turbina os borderôs com as cotas de TV. É mais uma artimanha para o boletim financeiro sair azul e, não, vermelho. Todas estas malandragens foram reveladas pelo Sr. Goool nos últimos anos. Em 2016, a FERJ foi além e criou dois novos itens, "bônus" e "prêmio".
Novamente, só os chamados pequenos ganharam este mimo da FERJ. O Sr. Goool entrou em contato com a entidade, mas ainda não obteve resposta em relação aos novos itens. Como exemplo, a Portuguesa faturou R$ 6.673,00 de "bônus" e R$ 10.000,00 de "prêmio". O Bonsucesso, porém, só levou o "bônus". O "prêmio" ficou com o visitante Resende. Já o Bangu não ganhou tal mimo por ter jogado contra um grande. Coisas da FERJ. Coisas do mundo virtual da entidade carioca!