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Carioca Série A
Em 03 de fevereiro de 2016 às 10:16

FERJ subsidia pequenos, dá prêmio de R$ 10 mil, mas Cariocão acumula déficits

A única coisa que não muda no Estadual do Rio de Janeiro é a bolada da entidade carioca

Rodolfo Brito São Paulo-SP

Rio de Janeiro - A Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (FERJ) resolveu agir para não encerrar mais uma edição do Campeonato Carioca no vermelho. Não que a entidade perca dinheiro. Pelo contrário! As ações da FERJ são para que os clubes chamados pequenos não amarguem déficits a cada rodada. Para atingir tal objetivo, os responsáveis pelo Estadual criaram o "bônus" e o "prêmio".

"O bônus faz parte de um pacote de incentivos que a FERJ está custeando para os clubes de menor investimento, para fomentar a competitividade e compensar a disparidade das realidades financeiras dessas instituições em comparação com os quatro maiores clubes do estado. A FERJ, em reunião do Conselho Arbitral, definiu que absorveria os custos do jogo (arbitragem e delegados, por exemplo) como um bônus. Para que as receitas provenientes das partidas pudessem efetivamente serem utilizadas pelas agremiações", explicou a assessoria da FERJ ao Sr. Goool.

Já o "prêmio" tem a ver com o resultado dentro de campo. Se o "bônus" só o mandante leva para casa, o "prêmio" é dado ao vencedor da partida. Em caso de empate, a bagatela de R$ 10 mil é dividida entre os pequenos. Esta ajuda da FERJ é só para os chamados pequenos.

"O prêmio também faz parte desse pacote de incentivos. A FERJ disponibiliza a referida quantia para o vencedor do jogo (entre clubes de menor investimento) e a divide em caso de empate. Portanto, bônus e prêmio não se equivalem. O primeiro é compensatório e o segundo é uma premiação técnica", completou a assessoria da entidade carioca.

Déficits!
Apesar de toda esta iniciativa, a FERJ não terá moleza para erradicar o problema do Estadual. Os torcedores estão cada vez mais longe dos estádios. Na 1ª rodada, por exemplo, a renda líquida foi negativa de R$ - 3.469,85. Bangu e Volta Redonda, considerados clubes pequenos, mas que não tiveram ajuda financeira da FERJ por ter enfrentado os grandes, amargaram déficits de, respectivamente, R$ - 32.894,76 e R$ - 16.065,61.

O histórico do Cariocão, por sinal, mostra que não é só os pequenos que precisam de ajuda. Segundo levantamento do Sr. Goool, a edição 2015 do Estadual foi encerrada com 11 clubes no vermelho. Entre eles, o Fluminense (R$ - 37.079,53).

Em 2014, apenas dois clubes tiveram rendas positivas. Vasco (R$ - 31.056,79) e o lanterna Botafogo (R$ - 356.092,52) acumularam dívidas. O mesmo aconteceu com Botafogo e Fluminense em 2013. Já em 2012, Flamengo e Fluminense foram os clubes grandes com dívidas no Cariocão.

 Entidade de Rubens Lopes até criou medidas para tentar salvar os pequenos, mas histórico do Cariocão é negativo!Ricardo StuckertEntidade de Rubens Lopes até criou medidas para tentar salvar os pequenos, mas histórico do Cariocão é negativo!
A única coisa que não muda é a bolada ganha pela FERJ a cada temporada. É verdade que a entidade, em 2016, abriu mão da taxa sobre a renda bruta dos chamados pequenos. Mas ainda assim, a FERJ abocanha entre 8% e 9% dos grandes. Como comparação, a taxa do Brasileirão foi de 5%.

Na 1ª rodada do Campeonato carioca 2016, enquanto os clubes ganharam migalhas - a maior arrecadação foi do Vasco (R$ 18.152,38) -, a FERJ encheu os cofres com R$ 44.887,50. O Volta Redonda enfrentou o Fluminense e pagou à FERJ a bagatela de R$ 4.210,00 ou 9,7% da renda bruta. O montante da FERJ ainda teve as colaborações de Vasco (R$ 21.915,00), Flamengo (R$ 15.504,00) e Bangu, adversário do Botafogo (R$ 3.258,50).