São Paulo - O Brasil vive uma crise financeira. Além dos brasileiros, muitos clubes estão quebrados. Mesmo assim, as Federações exigem a taxa sobre a renda bruta a cada partida dos Campeonatos Estaduais. Sem falar que muitas entidades cobram mais do que 5%, valor visto nos jogos do Brasileirão da Série A. De acordo com o levantamento do Sr. Goool, as 21 Federações já embolsaram R$ 3.919.414,49. Neste levantamento só não foi considerado o Estadual Rondoniense. A Federação local ainda não divulgou os boletins financeiros.
Para quem não sabe, toda Federação cobra uma taxa dos clubes - taxa administrativa sobre a bilheteria. Como os dirigentes brasileiros são espertos, esta cota é em cima da renda bruta. Assim, as Federações sempre têm algo para colocar em seus cofres, uma vez que tem sido comum os clubes terminarem as partidas com déficits na renda líquida. A Federação Paulista de Futebol (FPF) - com cinco representantes do Brasileirão na elite estadual - costuma cobrar 5% dos clubes e já abocanhou a bagatela de R$ 1.016.106,16. Tal valor supera a renda líquida de 18 dos 20 clubes do estado.A Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (FERJ), por sua vez, obriga os clubes a pagar entre 8,4% e 10%. É verdade que, nesta temporada, a entidade carioca liberou os clubes do interior da cobrança, mas mesmo assim a FERJ tem a segunda maior arrecadação entre as Federações. No Cariocão apenas os grandes pagam quando atuam como mandante e os pequenos também precisam abrir a carteira quando enfrentam Botafogo, Flamengo, Fluminense e Vasco. Diante deste quadro, a FERJ engordou os cofres com R$ 533.459,50, valor inferior apenas a receita do Fluminense (R$ 592.664,12).
No Campeonato Gaúcho, a Federação local é outra que não cobra a taxa de todos os clubes. Segundo levantamento do Sr. Goool, apenas Brasil, Grêmio e Internacional têm parte da renda usurpada. Detalhe: a Federação Gaúcha de Futebol (FGF) come 10% da renda bruta destes três clubes. Não por acaso, a FGF ostenta a terceira maior arrecadação entre as entidades (R$ 417.293,25). Com 10%, a Federação Goiana de Futebol (FGF) também tem feito um belo pé de meia (R$ 346.503,20).
Mais cobranças...
Enquanto isso, a Federação Mineira de Futebol (FMF) não alivia para ninguém. Pior para os grandes. Atlético e Cruzeiro pagam 10% à entidade, enquanto os outros clubes desembolsam 8,5%. Nesta brincadeira, a FMF já abocanhou R$ 325,246,06. Ao todo, nove Federação engordaram os cofres com mais de R$ 100 mil. Tudo à custa dos clubes. Oito entidades, incluindo a Federação Paraense de Futebol (FPF) que, até pouco tempo atrás, era comandada pelo Coronel Nunes - hoje, presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), cobram 10% dos seus filiados. Ao todo, 14 entidades exigem taxa superior a 5%.
A única Federação que merece aplausos, neste quesito, é a Paraibana. A FPF, desde o ano passado, não cobra nada dos seus clubes. A Federação Paraibana de Futebol (FPF) acabou com as taxas sobre a renda bruta dos seus filiados. Belo exemplo. Pena que este mais um caso de exceção. E a regra segue quebrando os clubes.
Confira quanto cada Federação embolsou dos seus filiados nos Estaduais 2016:Federação | Arrecadação | Taxa |
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1 - Paulista | R$ 1.016.106,16 | 5% |
2 - Carioca | R$ 533.459,50 | 8,4% a 10% |
3 - Gaúcho | R$ 417.293,25 | 10% |
4 - Goiano | R$ 346.503,20 | 10% |
5 - Mineiro | R$ 325.246,06 | 8,5% e 10% |
6 - Paranaense | R$ 312.539,55 | 10% |
7 - Paraense | R$ 224.512,10 | 10% |
8 - Catarinense | R$ 178.415,40 | 10% |
9 - Pernambucano | R$ 154.667,17 | 8% |
10 - Alagoano | R$ 91.935,24 | 8% |
11 - Potiguar | R$ 71. 331,60 | 8% |
12 - Baiano | R$ 49.555,47 | 5% |
13 - Maranhense | R$ 42.981,22 | 7,5% |
14 - Cearense | R$ 41.313,04 | 8% |
15 - Sergipano | R$ 37.168,40 | 5% |
16 - Sul-mato-grossense | R$ 18.580,03 | 10% |
17 - Capixaba | R$ 16.567,83 | 8% |
18 - Mato-grossense | R$ 15.806,10 | 5% |
19 - Piauiense | R$ 14.020,37 | 5% |
20 - Brasiliense | R$ 10.521,05 | 5% |
21 - Acreano | R$ 891,75 | 5% |