Rio de Janeiro - A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) anunciou mudanças no Campeonato Brasileiro de futebol feminino - como a criação de duas divisões - e investimentos na categoria - como premiações maiores e custeamento para passagens, hospedagem, alimentação e gastos com jogo -, mas ainda assim a entidade trata a categoria como amadora. Vide a escala de arbitragem da 1ª rodada com assistentes trabalhando em dois jogos seguidos, em intervalo inferior a 24 horas e até mesmo em estados diferentes. Esta não é a primeira vez que o Sr. Goool faz tal denúncia e esta também não é a primeira vez que a CBF foge dos questionamentos.
A assistente Andréa Izaura Mafra Marcelino, por exemplo, esteve na vitória do Nova Iguaçu, por 2 a 1, sobre o Bangu no Estádio Laranjão, no último sábado, pela 1ª rodada da Taça Rio no Campeonato Carioca. A partida, segundo a súmula oficial, começou às 15h30 e foi encerrada às 17h24. Menos de 24 horas depois, ela já estava novamente em campo.Agora, pela 1ª rodada do Brasileirão Feminino. Andréa Izaura Mafra Marcelino trabalhou no empate, por 1 a 1, entre São José e Ponte Preta no Estádio Martins Pereira, em São José dos Campos. De Nova Iguaçu para São José dos Campos são 309 km e três horas e 45 minutos. O Sr. Goool também entrou em contato com a Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (FERJ) e com a Sindicato dos Árbitros Profissionais do Estado do Rio de Janeiro (SAPERJ), mas não obteve respostas.
Jornada dupla!E não foi só! A assistente baiana Daniella Coutinho Pinto, no sábado, atuou na estreia do campeão Flamengo. O Rubro-negro carioca bateu o Vitória, por 3 a 0, no Estádio Barradão, em Salvador pelo Brasileirão Feminino. No domingo, a assistente voltou a campo, em São Francisco do Conde, durante a goleada do Corinthians, por 4 a 0, sobre o São Francisco também pelo Nacional da categoria.
Outro ponto interessante que a CBF não respondeu está no Regulamento Geral das Competições. Diz o Art. 25 "os clubes e atletas profissionais não poderão, como regra geral, disputar partida em competições sem observar o intervalo mínimo de sessenta (60) horas". O mesmo intervalo, como visto, não foi respeitado para a arbitragem.
O Sr. Goool, nos últimos anos, tem denunciado a prática da CBF e de Federações em escalar assistentes e árbitros em jogos seguidos e com intervalo inferior a 24 horas. Houve até caso em que um árbitro FIFA apitou duas finais em menos de 24 horas. As denúncias começaram em 2015. Houve outros casos aqui, aqui, aqui e aqui!