São Paulo - Elas chegaram à Série B! Vejam só como o futebol brasileiro, ou melhor, mundial está atrasado. Em pleno século XXI, é necessário comemorar a presença de duas árbitras centrais na Série B do Campeonato Brasileiro. E mais! Festejar mesmo sendo dois jogos que não valem nada. Ainda assim é um tímido avanço. A paranaense Edina Alves Batista apitará Figueirense e Paysandu na sexta-feira, às 21h30, no Estádio Orlando Scarpelli, em Florianópolis, pela 38ª rodada. No sábado, às 17h30, a pernambucana Déborah Cecília comandará Oeste e Goiás na Arena Barueri. Jogos importantes? De Série A? Por enquanto, nenhuma expectativa.
"É uma construção para o futuro", se limitou a dizer ao Sr. Goool Ana Paula Oliveira, ex-auxiliar e atual instrutora da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).
"Elas já atuaram na Série D e C e foram bem, agora vamos testar na Série B. Vamos sentir como se reage em relação à arbitragem feminina numa Série B e, quem sabe, no ano que vem teremos na Série A. Nós estamos fazendo um trabalho de acompanhamento muito sério da arbitragem feminina. Trabalho de preparação, de condicionamento físico e técnico, parte disciplinar... Hoje elas atendem a demanda que se exige nessas competições", explicou, em entrevista ao site da CBF, Marcos Marinho, presidente da Comissão de Arbitragem da entidade.
Brasileirão, Libertadores...
Edina Alves também tem conquistado seu espaço. A paranaense de Goioerê foi a árbitra principal da final do Brasileirão Série A1 entre Corinthians e Santos. Edina também trabalhou na vitória da Aparecidense, por 3 a 0, sobre o União pela Série D em 5 de junho. Sem falar que ela ainda foi a árbitra brasileira na Libertadores Feminina.
O Brasil ainda conta com mais duas árbitras no quadro da FIFA. A paulista Regildenia de Holanda Moura não conseguiu apitar divisões nacionais na atual temporada, enquanto Rejane Caetano da Silva, além do Brasileirão Feminino Séries A1 e A2, Copa Verde e Cariocão, trabalhou na Série D, em 4 de junho, no empate entre Sinop e Anápolis, por 2 a 2. Pouco. Muito pouco para elas que precisam ter o mesmo preparo dos homens, mas não têm as mesmas chances deles.