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Paulistão Série A1
Em 28 de fevereiro de 2018 às 01:42

Federações faturam alto nos Estaduais; Já teve clube que perdeu meio milhão de reais

Taxa cobrada em cima da renda bruta fica em 5% nas competições nacionais, mas nos Estaduais o céu é o limite

Rodolfo Brito São Paulo-SP

São Paulo - As Federações, ano após ano, mantém a taxa cobrada em cima da renda bruta dos clubes mandantes. O valor em competições nacionais fica em 5%, mas nos Estaduais o céu é o limite. Tudo com a permissão dos dirigentes dos clubes. O Sr. Goool calculou o montante das nove entidades com representantes na Série A do Campeonato Brasileiro e o resultado deixará muitos torcedores irritados. A maior arrecadação, como de costume, é da Federação Paulista de Futebol (FPF).

 Palmeiras, de Maurício Galiotte, foi o clube que mais perdeu dinheiro para a FPFCesar Greco / PalmeirasPalmeiras, de Maurício Galiotte, foi o clube que mais perdeu dinheiro para a FPF
A antiga entidade de Marco Polo Del Nero, hoje presidente da Confederação Brasileira de Futebol (FPF), é controlada por Reinaldo Carneiro Bastos, pupilo do ex-mandatário. A FPF cobra a taxa usual de 5%, além de exigir mais 2% da renda bruta para o chamado "Fundo de Valorização e Desenvolvimento. A "mordida" na arrecadação dos 16 clubes chega a R$ 1.577.015,32. Tal montante, para se ter uma ideia, só não é maior do que a renda líquida de Palmeiras (R$ 4.877.151,20) e Corinthians (R$ 3.471.515,77).

E esses dois clubes foram aqueles que mais perderam dinheiro para a FPF. O Verdão, por exemplo, foi obrigado a desembolsar mais de meio milhão de reais (R$ 538.645,98). Detalhe: o Palmeiras fez só quatro jogos em casa. O atual campeão Corinthians, por sua vez, perdeu R$ 399.043,99. Enquanto isso, o São Caetano é o único que amarga déficit no Paulistão (R$ - 87.278,13). Mas ainda assim o Azulão repassou R$ 19.779,90 à FPF.

De mão beijada!
Os clubes paulistas, no entanto, não são os únicos com renda abocanhada por aquelas que deveriam zelar pelos seus filiados. A Federação Mineira de Futebol (FMF) chega a exigir de 8,5% a 10% dos clubes. A Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (FERJ) até poupa os chamados pequenos, mas não alivia os grandes que pagam quase 10%. Os pequenos só são obrigados a desembolsar essa taxa quando atuam contra os grandes.

Diante de tamanho apetite, a FMF engordou os cofres com R$ 506.793,40, enquanto a FERJ papou R$ 463.829,80. A situação do Campeonato Carioca chama a atenção por um motivo: oito dos 16 clubes estão com déficits. Ou seja, pagam para entrar em campo. Enquanto a FERJ amealhou quase meio milhão de reais, o Flamengo tem dívida de R$ - 919.804,62. O rombo do Botafogo chega a R$ - 837.883,95. Outros clubes também têm pago caro para jogar os Estaduais.

As Federações de Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná exigem 10% da renda bruta. Tudo com anuência dos clubes. O montante arrecadado pela Federação Gaúcha de Futebol (FGF) está na casa dos R$ 428.403,30. A Federação Paranaense de Futebol (FPF), por sua vez, levou R$ 304.032,80, enquanto a Federação Catarinense de Futebol (FCF) recebeu R$ 295.079,71. A Federação Cearense de Futebol (FCF) (R$ 92.551,36) e a Federação Pernambucana de Futebol (FPF) (R$ 86.158,40) ganham 8% da renda bruta dos clubes, contra 5% da Federação Baiana de Futebol (FBF) (R$ 73.709,07). Como ficou seu humor, torcedor internauta, após todos esses dados?

Confira a arrecadação das Federações nos Estaduais 2018:

FEDERAÇÕESTAXAARRECADAÇÃO
Paulista (FPF)7%R$ 1.577.015,32
Mineira (FMF)10%R$ 506.793,40
Carioca (FERJ)10%R$ 463.829,80
Gaúcha (FGF)10%R$ 428.403,30
Paranaense (FPF)10%R$ 304.032,80
Catarinense (FCF)10%R$ 295.079,71
Cearense (FCF)8%R$ 92.551,36
Pernambucana (FPF)8%R$ 86.158,40
Baiana (FBF)5%R$ 73.709,07