São Paulo - O Campeonato Brasileiro de futebol feminino, na atual temporada, ganhou duas divisões e, na teoria, maior atenção dos clubes e da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Mas ainda assim, a distância entre as duas categorias é quilométrica. Não só pelo investimento, estrutura, interesse da mídia e dos torcedores, como também a premiação. Os valores pagos pela CBF aos clubes da Série A1 do feminino e da Série A do masculino refletem bem como cada categoria é tratada pela entidade máxima do futebol.

O campeão do Brasileirão Feminino receberá, em 2017, a bagatela de R$ 185 mil, sendo R$ 15 mil pela participação, R$ 20 mil pela vaga nas quartas de final, R$ 30 mil na semifinal e mais R$ 120 mil pelo título. O vice ganhará R$ 60 mil, além dos outros valores pela participação e classificação ao mata-mata. Os clubes ainda receberão, segundo a CBF "passagens aéreas ou de ônibus (dependendo da distância, consultar o Regulamento Específico da Competição); hospedagem e alimentação. O clube mandante receberá R$ 10 mil por jogo para gastos com a partida, e a equipe visitante receberá R$ 5 mil reais por jogo para despesas que tiver".

Mesmo com este investimento, as meninas estão anos-luz dos rapazes. Para se ter uma ideia, o Palmeiras - apenas com o título do ano passado - encheu os cofres com R$ 17 milhões. Tal montante é 92 vezes superior a premiação do campeão da Série A1 de futebol feminino. Sem falar que todos os clubes que se mantém na elite nacional garantem premiação maior do que o vencedor feminino.

O Vitória, por exemplo, escapou do rebaixamento no ano passado ficando uma posição acima da degola. Ainda assim, o clube baiano faturou R$ 700 mil. E isso diz respeito a apenas a premiação da CBF. Esta conta não tem os valores da TV que são astronômicos. Sem falar que os 13 primeiros colocados da Série A recebem premiação milionária da CBF.

Igual só na premiação!
A disparidade na premiação dos clubes da Série B do masculino e da Série A2 do feminino, contudo, não é tão grande. No ano passado, os clubes da Série B adotaram uma nova forma para receber a premiação. O valor de R$ 1,5 milhão foi dividido de forma igual aos 17 clubes que não têm contrato longo com a TV. Com esta decisão, cada clube recebeu R$ 88,2 mil.

Na Série A2 do feminino, o campeão - além do acesso à elite - embolsará R$ 75 mil. A premiação prevê R$ 10 mil pela participação, além de 15 mil pela chegada às semifinais e R$ 50 mil pelo título. O vice-campeão embolsará R$ 30 mil, além dos outros valores pela participação e classificação ao mata-mata.