São Paulo - Os árbitros adicionais que atuam na linha de fundo nos jogos do Campeonato Paulista estão mais ativos. A determinação foi dada pelo Cel. Marcos Marinho, responsável pelo comando da arbitragem na Federação Paulista de Futebol (FPF). Nesta segunda-feira, o site Sr. Goool bateu um papo com o ex-homem forte do Segundo Batalhão de Choque da Polícia Militar do Estado de São Paulo.
"Tudo isso é treinamento. Intensificamos os treinos na nossa pré-temporada. Treinamos simulações, tiramos dúvidas, fizemos todo um trabalho interno. Os árbitros assistentes ajustaram a movimentação, o ângulo e o que devem falar no rádio. Simplificamos tudo para que todos possam entender. Eles estão prontos para ajudar no momento mais importante da partida, se a bola entrou ou não. Mas a decisão final é sempre do árbitro central. O árbitro precisa ter confiança", explicou.
Mesmo assim há possibilidade do erro. Os integrantes da arbitragem podem ser punidos com suspensões ou reciclagem. Mas após três rodadas do Paulistão, nada enervou o comandante da arbitragem paulista."A arbitragem, até aqui, está superando as expectativas. Tem agradado. O erro nunca é eliminado, mas não houve interferência no resultado. Não teve um erro gritante. Se acontecer, poderá ter suspensão. Mas tudo vai depender do erro, assim como se só um profissional será punido ou se todo o quadro levará suspensão".
Veto!
Caso algumas situações extrapolem o bom senso, Marcos Marinho poderá recorrer a novos treinos, nem que seja no meio da temporada. Tudo para evitar equívocos e reclamação dos clubes.
"Se eu sentir a necessidade (de novos treinos), eu vou e convoco os árbitros. Se tiver muitas falhas, haverá testes. Nossos treinos são anuais, mas se precisar, convoco todos. A arbitragem precisa estar bem. O árbitro não pode se sentir pressionado. Isso vale para pedidos de clubes contra este ou aquele árbitro. A gente vai analisar. Não há veto! É preciso bom senso para não atrapalhar o próprio árbitro", disse Marcos Marinho ao Sr. Goool.
Oficial da reserva, depois de 30 anos servindo a Polícia Militar, sendo 17 dedicados ao policiamento nos estádios de futebol, Marcos Marinho assumiu seu posto na arbitragem paulista em 2005, justamente após o escândalo da venda de resultados por parte do ex-árbitro Edílson Pereira de Carvalho. De lá para cá muitos ajustes foram feitos, inclusive, na preparação da arbitragem - seu principal feito.
"Os treinos passaram a ser constantes, os testes físicos, de conhecimento... Agora, temos uma arbitragem uniforme. Antes não era assim. É preciso sempre aprimorar e trabalhamos duro para isso. Aprimorar é o diferencial nosso. Isso foi muito importante na arbitragem paulista", revelou.
Polêmica!
Última derrota tricolor aconteceu na 35ª rodada do Brasileirão diante do Grêmio
Leia a notícia completa"O processo é muito caro. Imagina em uma rodada com dez jogos? Impossível! A gente usa os árbitros adicionais e isso nos ajuda bastante. Acho que os adicionais são um bom começo. Mas o chip acaba sendo caro para um campeonato", argumentou.
A regulamentação da arbitragem é outro ponto polêmico. No futebol brasileiro, muitos árbitros precisam de um, dois empregos para incorporar o salário do futebol. Mas a Lei brasileira faz Marcos Marinho não ser tão a favor da regulamentação da profissão.
"É difícil (regulamentar a profissão de árbitro). O árbitro se aposenta com 45 anos. Ninguém se aposenta com esta idade no país. Concordo que os árbitros precisam de um tempo para se preparem para um jogo. Mas eles seguiriam com sua profissão além da arbitragem O que se pode fazer é ter a cooperação das empresas que empregam os árbitros. Estas empresas teriam uma compensação por ceder os árbitros nesta preparação pré-jogos. É preciso ter meio termo. Uma legislação especial para estes casos e estímulos para as empresas", finalizou Marcos Marinho ao Sr. Goool.