Paraná - Revolta e desânimo. São estes sentimentos que embalam o empresário Joel Malucelli, presidente de honra do JMalucelli. O dirigente não está nada satisfeito com a eliminação do seu clube no Campeonato Paranaense. Tanto é verdade que o Jotinha desistiu de disputar a Série D do Campeonato Brasileiro - o ofício já foi enviado à Confederação Brasileira de Futebol (CBF) - e há ainda a possibilidade do clube fechar as portas.

"Vontade é largar tudo. A ideia é começar de novo, com uma escolinha voltada para o social, para crianças carentes. Não dá vontade de seguir com o futebol profissional. Mas também sei que não adianta decidir com o fígado. Em outubro teremos uma reunião com o conselho e vamos decidir com mais clareza e calma", avaliou Malucelli ao Sr. Goool.

O que é certo, neste momento, é a desistência da Série D. O Jotinha tinha vaga garantida por causa da campanha do ano passado, mas resolveu ficar de fora. O Foz do Iguaçu deve ficar com a vaga aberta. Sem calendário no segundo semestre, o clube de Curitiba resolveu dispensar todos funcionários ligados ao futebol. A folha mensal chegava a R$ 4 milhões.

"Dispensamos todos os nossos 80 funcionários. Dá pena, mas precisávamos fazer. Seria bom se o sr. Paulo Schmitt arrumasse colocação para todas estas pessoas", cutucou o dirigente.

Disputa no STJD!
A birra com Paulo Schmitt, ex-presidente do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), vem do julgamento que eliminou o JMalucelli das quartas de final do Campeonato Paranaense. Após deixar o STJD, Schmitt passou a advogar e entrou na causa para defender a camisa do Toledo, então rebaixado dentro das quatro linhas.

"A punição do STJD foi injusta. Houve uma interferência indevida do sr. Paulo Schmitt. Ele não poderia atuar em um processo do STJD. Deveria esperar três anos de quarentena. Ele atuou pesado a favor do Toledo. Foi um resultado injusto. Tirou nosso entusiasmo. O clube sempre foi social. O Jucilei (hoje, no São Paulo) é um desses exemplos. Ele foi cria do nosso projeto social", esbravejou Joel Malucelli que também não poupou críticas à FPF.

"Tudo isso revolta. Fizemos tudo dentro do regulamento que é claro. Tínhamos até a 9ª rodada para regularizar os jogadores e regularizamos na 3ª rodada. A FPF não existe. Está esvaziada, sem comando, sem autoridade. Basta ver o que fizeram. Colocaram o Rio Branco, 9º colocado, na nossa vaga de 4º colocado", completou o presidente de honra do JMalucelli.

Sem definição!
Ainda de acordo com o clube, o atacante Getterson já estava regularizado quando voltou de empréstimo do FC Dallas. O jogador teria contrato com o Jotinha de 11 de junho de 2014 até dezembro de 2018. No julgamento do STJD, porém, o JMalucelli foi condenado e perdeu 16 pontos. Além de eliminado das quartas de final, o clube caiu para a lanterna com apenas três pontos, o que rebaixaria o Jotinha e livraria o Toledo da queda.

Esta segunda parte, contudo, ainda não está definida. O STJD repassou a decisão de rebaixar ou não o Jotinha para a Federação Paranaense de Futebol (FPF). A entidade do presidente Hélio Cury, contudo, ainda não manifestou-se.

"A Federação vai se pronunciar oficialmente com documentação nos próximos dias", disse a assessoria da FPF há 12 dias ao Sr. Goool.

Fundado em 1994 e profissionalizado em 1998, o JMalucelli também já foi chamado de Malutrom e até Corinthians Paranaense após uma parceria com o clube paulista. Nestes 22 anos de atividade, o Jotinha ostenta o título da Série C ou Módulos Verde e Branco de 2000 na Copa João Havelange, além da Copa Paraná (2007) e da Série Prata do Estadual (1998). Em 2009, o Jotinha foi vice-campeão estadual.