São Paulo - Os Campeonatos Estaduais estão cada vez mais deficitários. Basta ver a arrecadação dos clubes. Apenas seis superam a marca de R$ 1 milhão neste início de temporada. Estádios vazios, despesas altas (ainda mais para os clubes que não têm estádios próprios) e, principalmente, cota para as Federações. Não por acaso, a Federação Paulista de Futebol (FPF), segundo levantamento do Sr. Goool, tem a sexta maior arrecadação do futebol brasileiro em 2017.

A FPF, à custa dos seus filiados no Campeonato Paulista da Série A1, já abocanhou a bagatela de R$ 1.598.744,02. Para se ter uma ideia, a entidade do presidente Reinaldo Carneiro Bastos, se fosse um time, estaria na 4ª colocação do ranking de renda líquida do Paulistão. E mais! Hoje, a FPF supera o Flamengo e ocupa o 6º lugar no ranking geral com todos os clubes brasileiros nesta temporada.

O Flamengo, dono da maior torcida do Brasil, arrecadou com seus jogos em casa "apenas" R$ 1.450.431,95. O Mengo é um dos seis clubes com rendas milionárias na temporada. A FPF, levando em conta a cota recebida apenas no Estadual, está atrás só de Palmeiras (R$ 6.072.834,27), Corinthians (R$ 3.583.150,22), São Paulo (R$ 3.448.910,92), Grêmio (R$ 2.666.812,53) e Cruzeiro (2.043.962,82). Os valores desses clubes são referentes a 2017.

Filiados pobres!
Atual bicampeão paulista, o Santos não chega nem perto do montante da Federação Paulista. O Peixe, em seis duelos como mandante no Paulistão, arrecadou R$ 691.817,78. Novorizontino (R$ 991.267,93), Botafogo (R$ 814.704,64), Linense (R$ 398.751,93) e Ponte Preta (R$ 166.413,03) também estão nas quartas de final do Paulistão, mas faturaram menos do que a FPF. O montante da Macaca, aliás, é quase dez vezes inferior à renda da entidade paulista.

Segundo o Art. 72 do Regulamento Geral das Competições (RGC), a renda bruta das partidas terá, entre outras deduções, a "taxa da federação local correspondente a 5% da renda bruta, salvo definição de porcentagem diferente especificada no REC". O fato da dedução ser em cima da renda bruta evita que as Federações fiquem sem arrecadar, uma vez que muitos jogos têm dado prejuízo aos clubes.

Só o Palmeiras foi obrigado a dar quase meio milhão de reais à FPF. Em seus seis confrontos como mandante no Paulistão, o Verdão desembolsou R$ 463.987,67 à entidade paulista. O Corinthians, por sua vez, pagou R$ 297.365,10. Já o São Paulo teve que repassar para a Federação Paulista o valor de R$ 252.959,50. E olha que ainda tem semifinais e finais para engordar mais o cofre da FPF.