São Paulo - Todo início e fim de temporada é a mesma história, o mesmo debate: mata-mata x pontos corridos. Os clubes incompetentes em campo sonham com o mata-mata no Campeonato Brasileiro da Série A, enquanto os vencedores querem a manutenção dos pontos corridos. Mas o Sr. Goool vai provar que este debate está ultrapassado. Os argumentos dos dirigentes não se comprovam na realidade. O Sr. Goool vai mostrar que esta nostalgia pelo mata-mata nada mais é do que desculpa de quem não se prepara para os pontos corridos. Sem falar que o debate no futebol verde e amarelo deveria ser em outro aspecto.

Desde quando o Brasileirão passou a contar com 20 clubes nos pontos corridos, em 2006, apenas um clube - fora do time de campeões nacionais - conseguiu se classificar para a Libertadores. O Paraná foi o "intruso" em 2006. O Tricolor paranista se juntou a São Paulo, Grêmio e Santos. O clube do Sul acabou beneficiado pela posição do Internacional (2º colocado), uma vez que o Colorado já tinha vaga no torneio sul-americano por ter conquistado o título naquela temporada.

Em todas as outras temporadas, nenhum clube sem título brasileiro chegou perto do famoso G4 da Série A. Os melhores clubes do Brasileirão sempre foram aqueles que já tinham título no currículo. O Sr. Goool revela estes dados para acabar com o argumento de alguns dirigentes que sonham com um Brasileirão de 38 rodadas e mais o mata-mata. Isso não ajudaria em nada os outros clubes. Não aumentaria a rotatividade de campeões.

Projetando este "novo" Brasileirão com a classificação de oito clubes para o mata-mata, como era antigamente, pouca coisa também mudaria. Nestas nove edições analisadas, em três oportunidades (2007, 2010 e 2012) nenhum clube fora do time de campeões esteve no G8 da Série A. Nas outras temporadas, a presença foi simbólica e nada de diversidade.

O Figueirense, por exemplo, ficou no G8 em 2006 e 2011. O Goiás foi além e marcou presença no G8 em 2006, 2008 e 2013. Além destes dois clubes, apenas Avaí, em 2009, e Vitória, em 2013, ficaram entre os oito melhores colocados da Série A. Em relação as outras posições dentro do G8 só deu campeão nacional. Diante disso é possível afirmar que a mudança de regulamento em nada alteraria o desempenho em campo. Em nada aumentaria a rotatividade de clubes campeões ou classificados para a Libertadores.

Tal debate é ultrapassado. Um debate plausível seria em relação a divisão de cotas de TV. Mas neste aspecto, caro torcedor internauta, os clubes não falam a mesma língua. Cada um vê o seu lado e nada muda. A distância só aumenta. Se você ouvir que o mata-mata vai atrair mais público (No início do ano, o Sr. Goool falou sobre o mesmo assunto, mas com foco no público!), vai aumentar o número de campeões ou vai ajudar os chamados pequenos, desconfie do discurso. Contra fatos não há argumento.

O debate para melhorar o futebol brasileiro é sempre válido, desde que acrescente algo ao esporte mais praticado no Brasil. O simples e velho debate de mata-mata x pontos corridos não vai tirar o Brasileirão do limbo. No mais, a audiência da Libertadores e Copa do Brasil tem caído, assim como o público nos estádios. A Libertadores é a queridinha dos brasileiros e a Copa do Brasil é disputada em mata-mata. Há que se debater, mas não em relação a fórmula de disputa.

Confira os clubes na zona da Libertadores pelo Brasileirão de pontos corridos:

2006

São Paulo
Internacional (havia sido campeão da Libertadores)
Grêmio
Santos
Paraná

2007

São Paulo
Santos
Flamengo
Fluminense (havia sido campeão da Copa do Brasil)
Cruzeiro

2008

São Paulo
Grêmio
Cruzeiro
Palmeiras

2009

Flamengo
Internacional
São Paulo
Cruzeiro

2010

Fluminense
Cruzeiro
Corinthians
Grêmio

2011

Corinthians
Vasco (havia sido campeão da Copa do Brasil)
Fluminense
Flamengo
Internacional

2012

Fluminense
Atlético Mineiro
Grêmio
São Paulo

2013

Cruzeiro
Grêmio
Atlético Paranaense
Botafogo

2014

Cruzeiro
São Paulo
Internacional
Corinthians