São Paulo - O torcedor da Portuguesa acreditava que havia chegado ao fundo do posso ao ver seu clube do coração cair da Série A para a inédita Série C do Campeonato Brasileiro em dois anos. Mas os deuses do futebol são cruéis. Nesta quarta-feira, escura como a esperança rubro-verde, a Lusa amargou o rebaixamento para a Série A2 do Campeonato Paulista (equivalente a 2ª divisão) ao cair diante do time misto do São Paulo no Morumbi (3 a 0). Esta é a terceira vez que o clube da capital é degolado no Paulistão só no século XXI - já havia caído em 2006 e 2012.
Ao longo da tortuosa caminhada, a Portuguesa chegou a sonhar com a classificação. Mas logo a realidade bateu à porta. Não por acaso, a Lusa só superou, no Grupo C, o Marília - pior clube do Paulistão. Em 15 partidas, a Rubro-verde venceu só duas vezes e ambas fora de casa, empatou sete (quatro como mandante e três como visitante) e perdeu em seis oportunidades (três diante da torcida e três fora), além de ter marcado 13 gols e sofrido 22.O fraco desempenho em casa não foi nenhuma surpresa. Nesta má fase, fora e dentro das quatro linhas, a Lusa sequer conseguiu os laudos necessários para liberar o Estádio do Canindé. O clube paulista teve que jogar na Arena Barueri, no Nabi Abi Chedid, em Bragança Paulista, e no Pacaembu. Graças ao duelo contra o Santos no Pacaembu, a Lusa não amargou a lanterna do ranking de público.
Mesmo assim, as arquibancadas ficaram vazias nos jogos da Portuguesa. Em sete partidas como mandante, a Lusa fechou o Paulistão com média melancólica de 2.115 pagantes. Os quatro piores públicos do Estadual são da Lusa. Se retirado o público do jogo contra o Santos (12.814) - nesta oportunidade, a maioria da torcida era alvinegra -, a Lusa teria público total de 1.991 pagantes e média de 332 testemunhas.
Números que comprovam o atual momento da Associação Portuguesa de Desportos. Fundada em 14 de agosto de 1920, a Lusa ostenta três títulos da Série A1 Paulista (1935, 1936 e 1973). Em 2013, a Portuguesa foi campeã da Série A2, divisão que retorna em 2015. O último grande momento rubro-verde foi, em 2011, com o título da Série B. Conquista cada vez mais distante e longe das novas aspirações do clube que já fez final no Brasileirão e rivalizou contra os grandes times de Corinthians, Palmeiras, Santos e São Paulo.Outros rebaixamentos!
Azulão estava na elite desde 2013, mas no ano passado já havia flertado com o descenso
Leia a notícia completaJá Boquinhense e Coritiba, que perdeu todos os seus dez jogos, amargaram o descenso no Sergipano. O Força e Luz voltou à 2ª divisão do Potiguar um ano após o acesso.
No Campeonato Baiano, Serrano e Catuense desceram de divisão. O Ubiratan amargou o descenso no Sul-mato-grossense, assim como o CENE - atual bicampeão estadual. O Vera Cruz se juntou ao Ypiranga e caiu no Estadual de Pernambuco. No Ceará, as vítimas do rebaixamento foram São Benedito e Horizonte.
Em Mato Grosso, o Sinop - clube que revelou o goleiro Rogério Ceni, hoje no São Paulo - foi rebaixado. O Cacerense também caiu após uma intensa briga judicial contra o União. Pelo Campeonato Brasiliense, o Atlético Ceilandense - sem nenhuma vitória em dez jogos - amargou o descenso. O Atlético Ceilandense se juntará ao Samambaia. Antes mesmo do início do Estadual, o Samambaia - campeão da 2ª divisão - desistiu de disputar o Candangão e foi rebaixado.