Pernambuco - O Santa Cruz amarga a lanterna do Campeonato Brasileiro da Série A e para piorar, desta vez, não conta com o costumeiro apoio da sua fanática torcida. É verdade que a média tricolor de 9.075 pagantes ainda supera a marca de seis rivais, inclusive do Botafogo - dono da 5ª melhor campanha do Brasileirão -, mas o desempenho nas arquibancadas é o pior desde que o Santinha começou sua caminhada na Série D em 2009, segundo levantamento do Sr. Goool.

Em 16 partidas como mandante, o Santa Cruz arrastou apenas 145.204 torcedores ao Estádio do Arruda, em Recife. Como se não bastasse o pouco apoio fora das quatro linhas, a torcida Coral - nesta edição do Brasileirão - passou a ser comum, igual as outras. No futebol brasileiro é normal os fãs se animarem nas vitórias e desaparecerem nas derrotas.

Basta ver o gráfico de público do Santa Cruz para entender melhor. O Santinha liderou o Brasileirão por duas rodadas e esteve quatro vezes no G4. Neste período, o clube pernambucano obteve seu maior público (16.949) e manteve média superior a dez mil pagantes. Mas no instante em que o time despencou na tabela, a torcida se afastou das arquibancadas.

Não! Este não é o único motivo para a falta de torcida. Quem conhece o Santa Cruz sabe o que o clube viveu nas Séries C e D do Brasileirão. Mesmo acumulando decepções, a torcida sempre se fez presente e com média superior a 30 mil apaixonados. O fim do Todos com a Nota, programa em que torcedores trocavam nota fiscal por ingressos, também ajudou nesta queda de público.

Era um fenômeno!
Mas ainda assim, isso não explica o fenômeno negativo. Torcida e clube lutaram tanto pela Série A e quando poderiam desfrutar das 19 rodadas em casa, não houve consenso. Ao invés de repetirem os feitos das últimas divisões, preferiram o caminho mais fácil, aquele visto por todo o território brasileiro, o divórcio. Futebol pela TV e olhe lá.

Em 2009, o Santa Cruz amargou a lanterna do seu grupo na Série D e, mesmo assim, obteve a melhor média da divisão com 36.249 espectadores. No ranking agrupado, o Santinha só ficou atrás de Flamengo e Atlético Mineiro. No ano seguinte, mais uma decepção em campo. O Santa Cruz foi eliminado na Segunda Fase, mas seu torcedor garantiu apoio irrestrito com média de 30.243 fanáticos. Desta vez, o Tricolor alcançou a melhor marca do Brasil.

Em 2011, no ano do acesso e do vice-campeonato na Série D, o Santa Cruz fez festa ao lado da torcida e atingiu média de 36.916 pagantes. Marca que - mais uma vez - foi a maior do país. Na Série C, em 2012, o Santa Cruz caiu na Primeira Fase, mas garantiu boa média de público (24.155). Com o acesso e o título na mão em 2013, a marca tricolor voltou a subir (26.578).

O sinal amarelo, contudo, piscou em 2014, quando o Santa Cruz terminou a Série B na 9ª colocação. Na oportunidade, a média tricolor não passou de 13.373 pagantes. Mesmo assim, o Santinha terminou na vice-liderança do ranking de público. Já no ano passado, o Santa Cruz obteve o acesso com o vice-campeonato na Série B, mas a média de 13.190 fãs foi apenas a 5ª melhor.

O fato das Séries C e D terem mata-mata e as Séries A e B serem longas, com pontos corridos, também contribui para a queda de público. A questão é que o Santa Cruz acostumou mal os apaixonados por futebol. Todos esperam algo mais da torcida tricolor que, nesta temporada, deixou muito a desejar.

Torcedores e clube, aliás, que terão um jogo de vida ou morte neste domingo, às 17 horas, contra o vice-lanterna América Mineiro no Estádio do Arruda, em Recife, pela 34ª rodada do Brasileirão. O Santinha está na última colocação com 24 pontos. São seis vitórias, seis empates e 21 derrotas, além de 36 gols a favor e 59 contra. Aproveitamento de 24,2%.