São Paulo - O Mogi Mirim escreveu uma das páginas mais tristes da sua história ao perder por W.O. (3 a 0), no último sábado, para o Ypiranga pela 14ª rodada da Série C do Campeonato Brasileiro. Com salários atrasados, os jogadores do Sapão da Mogiana recusaram-se a entrar em campo. A derrota escancara os problemas do clube paulista dentro e fora de campo. Para começar, o Mogi Mirim alcançou a marca de quase três vezes mais insucessos do que triunfos na temporada, segundo levantamento do Sr. Goool.

Em 33 partidas no ano pela Série A2 do Campeonato Paulista e Série C do Brasileirão, o clube do interior obteve apenas sete vitórias (seis em casa e uma fora), seis empates (cinco como mandante e um como visitante) e nada menos do que 20 derrotas (sete ao lado da torcida e 13 fora). Só no terceiro escalão nacional já são oito tropeços, além de duas vitórias e quatro empates.

O Mogi Mirim não vence há mais de um mês. O último triunfo aconteceu ante o Volta Redonda, por 2 a 1, no Estádio Vail Chaves, pela 7ª rodada, em 24 de junho. De lá para cá foram sete insucessos com quatro derrotas e três empates. São 12 rodadas na zona de rebaixamento, sendo 11 na última colocação do Grupo B.

O Sapão da Mogiana, rebaixado na Série A2 Paulista, está na lanterna da Série C com apenas dez pontos e aproveitamento de 23,8%. Descensos, aliás, viraram rotineiros na vida do clube paulista. Há dois anos, o Mogi Mirim estava na Série B do Brasileirão e na elite estadual. De lá para cá, o clube paulista amargou o descenso à Série C (2015), além das quedas para as Séries A2 (2016) e A3 do Paulistão (2017).

Bagunça total!
A crise em campo começou quase ao mesmo tempo que a crise financeira e no instante da renúncia do presidente Rivaldo, ex-jogador e ídolo do clube, e a entrada do empresário Luiz Henrique de Oliveira, atual mandatário do Sapão. O mandato era até 2015, mas tinha a possibilidade de reeleição e o empresário manteve-se no poder.

Além do W.O. há a possibilidade do Mogi Mirim desistir de disputar as últimas rodadas da Série C. Neste caso, o Regulamento Geral das Competições (RGC), da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), é bem claro ao suspender o clube em qualquer competição nacional por dois anos.

Agora, se o Mogi seguir na Série C terá que honrar os salários dos jogadores. O regulamento da competição prevê que atrasos salariais acima de 30 dias poderão ser julgados pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). Neste caso há a possibilidade da perda de três pontos por partida disputada após o atraso. O clube teria 15 dias para efetuar os pagamentos.

O Mogi Mirim, enquanto não define seu futuro, tem agendado o confronto ante o Tupi no sábado, 19 de agosto, às 16 horas, no Estádio Mário Helênio, em Juiz de Fora, pela 15ª rodada do Grupo B da Série C.