Pernambuco - Dezesseis jogos. Nenhuma vitória e 13 derrotas seguidas nas últimas partidas. Foi assim que o Atlético Pernambucano iniciou sua temporada. O futebol, porém, adora pregar peças e acabar com conceitos. Tanto é verdade que esse mesmo clube de Carpina só depende das suas forças para avançar de fase na Série D do Brasileirão. A chegada do Atlético até a última divisão nacional, aliás, também não foi de forma simples.
Rebaixado no Estadual sem nenhuma vitória, o Tatu - como o clube é conhecido - não teria vaga nas divisões do Brasileirão. Mas com a desistência do Serra Talhada e, por causa da campanha do ano passado, o Atlético carimbou o passaporte. A campanha de 2016, aliás, já não tinha sido lá essas coisas. O Atlético foi o melhor clube do Hexagonal da Permanência. De qualquer modo, valeu para o representante do interior se meter na Série D.
"Em 2016 fizemos uma boa campanha no Estadual. Após a competição, resolvemos emprestar a maioria dos jogadores. Eles precisavam ganhar experiência. Tanto é verdade que disputamos o Pernambucano 2017 com time Sub-20. Deixamos o Estadual de lado. Sabíamos do risco que correríamos, mas optamos por emprestar os jogadores. Eles precisavam de experiência", explicou o gerente executivo Lucas Rocha Tenório Lisboa ao Sr. Goool."Disputar o Estadual aqui em Pernambucano não tem muita vantagem para os clubes do interior. Fazemos uma Primeira Fase e só dois avançam para enfrentar os grandes. Não tem muita lógica. Até mesmo por isso, jogamos com o time Sub-20. Não é fácil manter os jogadores. Na Série A2, o campeonato é Sub-23", completou.
Carro velho...
Fundado em 2006, o Clube Atlético Pernambucano chegou à última divisão nacional com 16 jogos na temporada, sendo três empates e 13 derrotas. A estreia na Série D ainda teve outro imprevisto. O ônibus que levava a delegação quebrou no meio do caminho e o clube atrasou-se para a partida, quase perdendo por W.O. Mas o "Sobrenatural de Almeida" voltou a atacar na vida do Tatu-Bola.
Mesmo rebaixado no Estadual, sem vitória na temporada e atrasado para a estreia, o Atlético Pernambucano fez o impensável e venceu o Campinense, por 4 a 3, no Estádio Paulo Pessoa Cavalcante Petribu, em Carpina. Detalhe: o Atlético até saiu na frente, mas levou a virada de 3 a 1 dos paraibanos. No segundo tempo, contudo, os pernambucanos empataram aos 38 minutos e viraram aos 49 minutos.
"Pegamos o ônibus no CT que fica distante 20 km do estádio. Mas no meio do caminho, o ônibus teve uma pane geral. Como era domingo, ficou difícil arrumar o ônibus ou até mesmo conseguir outro. Por isso, chegamos atrasados na estreia. Mas no final deu tudo certo e saímos com a vitória", contou o dirigente.
A epopeia do Atlético terá o último capítulo na Primeira Fase justamente diante do rival que permitiu os pernambucanos sonharem. O Tatu irá desafiar o Campinense no domingo, às 18 horas, no Estádio Amigão, em Campina Grande. A última rodada decidirá se o Atlético seguirá na luta pelo acesso ou perceberá que tudo não passou de um sonho.
"O Atlético tem como ideia ser um clube com projeto social. Atendemos jogadores de várias cidades. Trabalhamos na formação dos jovens. Lógico que acesso e título são importantes, mas nosso principal objetivo é a formação desses jovens. Não vamos mudar nossa filosofia por vitórias, títulos ou acessos. Nosso time tem média de 23 anos. Muitos jogadores começaram aqui. Isso que é importante. Essa formação de atletas", finalizou Lucas Lisboa ao Sr. Goool.