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Brasileirão Série D
Em 10 de julho de 2017 às 16:36

Estádio Mané Garrincha depende de clubes de outros estados para não ficar vazio

Como o estádio que ganhou o nome de um dos maiores jogadores da história da bola irá sobreviver?

Rodolfo Brito São Paulo-SP

Distrito Federal - O Estádio Mané Garrincha não é o palco da Copa do Mundo com a melhor média de público como a Arena Corinthians (31.574), não conta com o maior número de torcedores no total como o Maracanã (3.311.624) e nem foi aquele com o maior número de jogos como o Castelão (140), mas ainda assim é o maior caro entre todas as 12 Arenas do Mundial 2014. O estádio do Centro-Oeste, com capacidade para 72.788 lugares, custou R$ 1,7 bilhão, segundo o Tribunal de Contas do Distrito Federal. Ainda assim, o Mané Garrincha depende de clubes de outros estados para não ficar vazio.

O Sr. Goool, nos últimos dias, tem revelado os detalhes de todos os estádios que receberam jogos da Copa do Mundo. Esse levantamento considera os públicos obtidos só após 13 de julho de 2014, data final do Mundial da FIFA. É como se fosse uma prestação de contas com olhar voltado para as arquibancadas. O Sr. Goool mostrará o "legado" de dentro dos estádios.

Segundo levantamento do Sr. Goool, o palco candango registrou 57 partidas desde a final entre Alemanha e Argentina. O público total superou meio milhão de espectadores (601.467) e a média geral está em 10.552 pagantes. Essa marca representa taxa de ocupação de apenas 14,5%. O cenário é ainda pior na medida em que os clubes de outros estados afastam-se do Elefante Branco da capital federal.

 Estádio Mané Garrincha, com ou sem jogo, costuma ficar com as arquibancadas praticamente vazias!DivulgaçãoEstádio Mané Garrincha, com ou sem jogo, costuma ficar com as arquibancadas praticamente vazias!
Na atual temporada, por exemplo, não é mais comum ver os chamados grandes clubes do Rio de Janeiro mandando partidas no Mané Garrincha. Até teve um ou outro duelo, mas nada que salvasse o estádio da inatividade. A média geral de 2017 não passa de 3.029 testemunhas. No Candangão foram realizados 20 confrontos e a média ficou em 917 gatos pingados.

Sem salvadores...

Para se ter uma ideia, o total de público desses 20 jogos com clubes locais (18.337) ficou atrás do público visto no embate entre Flamengo e Grêmio pela Copa da Primeira Liga (20.224) e do clássico entre Flamengo e Vasco pelo Cariocão (28.071). Se não fosse essas partidas, o Mané Garrincha estaria em situação ainda pior em 2017.

Além de pouco público, a casa candanga também recebe poucos duelos. Nos meses seguintes ao término do Mundial no Brasil, foram realizados sete confrontos no Mané Garrincha e a média registrada ficou em 16.443 pagantes. Essa marca é um pouco mais baixa do recorde visto em 2015. Há dois anos, o palco do Distrito Federal terminou com média de 16.661 torcedores.

Não há clubes brasilienses na Série A do Brasileirão. Mas em 2015, a média na elite nacional esteve em 26.899 apaixonados. Em 2016, o estádio mais caro do país teve média de 14.062 aficionados. Novamente os clubes de fora e o Brasileirão ajudaram a salvar o Mané Garrincha (24.012). A questão agora é, sem os clubes de outros estados, como o estádio que ganhou o nome de um dos maiores jogadores da história da bola irá sobreviver?