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Carioca Série A
Em 17 de fevereiro de 2018 às 16:10

FERJ enche os cofres à custa dos clubes que acumulam dívidas no Cariocão

Entidade carioca exige quase 10% da renda bruta dos clubes a cada partida do Estadual

Rodolfo Brito São Paulo-SP

Rio de Janeiro - Boavista e Flamengo neste domingo, às 17 horas, decidirão o título da Taça Guanabara pelo Campeonato Carioca no Estádio Kléber Andrade, em Cariacica. O campeão até fará festa em campo, mas não haverá motivos para festejar o desempenho fora das quatro linhas. Enquanto os participantes sofrem para colocar torcedores nas arquibancadas e arrecadar dinheiro, a Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (FERJ) enche os cofres e à custa dos próprios filiados.

A FERJ poupa os chamados pequenos, mas não alivia os grandes ao exigir uma alta taxa sobre a renda bruta. Os pequenos só são obrigados a pagar essa taxa quando atuam contra os grandes. O costume - com a anuência dos clubes - em Estaduais e Nacionais é a cobrança de 5%, mas a FERJ chega a quase 10%. Não por acaso, em apenas 20 jogos, a entidade carioca já abocanhou R$ 226.522,80, segundo levantamento do Sr. Goool.

A partida entre Nova Iguaçu e Flamengo sequer aconteceu em território carioca, mas ainda assim foi a responsável pela maior renda da FERJ. O duelo no Mané Garrincha, em Brasília, rendeu à entidade nada menos do que R$ 63.792,00. Tal montante foi tirado da renda bruta de R$ 694.980,00. Ou seja, o valor chega a 9,2%. Esse foi o mesmo percentual exigido no clássico entre Flamengo e Vasco no Maracanã. A renda bruta de R$ 529.937,00 gerou R$ 49.937,70 aos cofres da FERJ.

 Nova Iguaçu e Flamengo jogaram fora do Rio de Janeiro e ainda assim deram o maior valor à FERJ no Cariocão!Reprodução / FERJNova Iguaçu e Flamengo jogaram fora do Rio de Janeiro e ainda assim deram o maior valor à FERJ no Cariocão!
Endividados!
Se a Federação se delicia com as "verdinhas" dadas pelos clubes, o Cariocão 2018 amarga déficit de R$ - 1.800.348,93. Nada menos do que oito dos 16 clubes estão no vermelho. A situação só não é pior por conta da FERJ aliviar a renda dos pequenos. E isso é visto no ranking de renda líquida. Os chamados grandes amargam as últimas colocações.

O maior rombo é do finalista Flamengo que já pagou R$ - 637.712,73 para entrar em campo. Mesmo não fazendo dinheiro, o Mengo é obrigado a pagar a tal taxa para a FFERJ. O Botafogo ocupa a vice-lanterna com dívida de R$ - 603.643,21. A média da Estrela Solitária, aliás, supera a do Flamengo. A cada partida em casa, em média, o Fogão desembolsa R$ - 201.214,40, enquanto o Rubro-negro paga R$ - 159.428,18. Fluminense (R$ - 345.120,30) e Vasco (R$ - 164.481,25) também estão em situação delicada. O Boavista, outro finalista, é mais um que está no vermelho (R$ - 86.103,40).

O Campeonato Carioca, até aqui, apresenta média de apenas 1.881 testemunhas e público total inferior a 100 mil pagantes (99.715). Só em duas oportunidades houve público acima de dez mil pagantes. A melhor marca ocorreu no clássico entre Flamengo e Vasco (18.587). No ranking de público, a melhor média é do Flamengo (7.789). Em quatro jogos como mandante, o intitulado dono da maior torcida do país arrastou 31.156 espectadores ao estádio. É o Cariocão da dita Cidade Maravilhosa.