Rio Grande do Sul - Renato Portaluppi, como pessoa física. Renato Gaúcho, como instituição. Ídolo do Grêmio desde a década de 80. O ex-jogador precisou de três chances para também entrar na história do Imortal como técnico. O eterno boleirão retornou a Porto Alegre em 2016 e, logo de cara, encerrou jejum do Tricolor de 15 anos sem conquistas nacionais. A Copa do Brasil garantiu o passaporte dos gaúchos para a Libertadores. E não é que Renato Gaúcho voltou a conquistar a América pelo Grêmio. Campeão em 1983 como atleta, o guaporense também findou os 22 anos dos gremistas sem o torneio sul-americano. Eles não foram a pé para a Argentina, mas conseguiram o título da Libertadores ao vencerem novamente o Lanús, desta vez, em La Fortaleza, nesta quarta-feira, por 2 a 1. Fernandinho e Luan anotaram os gols do título, enquanto Sand diminuiu de pênalti para os hermanos. Na ida, o Tricolor havia vencido os hermanos, por 1 a 0.

Soy Loco Por Tri, America. Renato Gaúcho igualou o rival Internacional com dois títulos da Liberadores, enquanto o Grêmio chegou até Santos e São Paulo e também se tornou o clube brasileiro com mais conquistas na competição da CONMEBOL. O paraguaio Olímpia, o uruguaio Nacional e o argentino River Plate também já deram três voltas olímpicas e só ficam atrás de Independiente (7), Boca Juniors (6), Peñarol (5) e Estudiantes (4). Renato Gaúcho ainda se tornou o único brasileiro a ser campeão da Libertadores como jogador e técnico.

O Grêmio, mesmo vindo de eliminações precoces e tendo perdido sua última final em 2007, em nenhum momento mostrou fraqueza na atual edição. Tanto é verdade que o Tricolor liderou seu grupo que tinha Guaraní-PAR, Deportes Iquique-CHI e Zamora-VEN e não deu chances a Godoy Cruz-ARG, Botafogo e Barcelona-EQU no mata-mata. Na final, o Imortal ainda encerrou uma dura sina. Os gaúchos haviam perdido duas finais contra rivais argentinos. Em 1984, o Independiente evitou o bi e, em 2007, o Boca Juniors acabou com o sonho do tri. Desta vez, porém, o Lanús não foi algoz e, sim, vítima.

Caminhada do tri!
A campanha do título teve 14 jogos com dez vitórias (seis em casa e quatro fora), dois empates como visitante e duas derrotas (uma ao lado da torcida e outra fora), além de 25 gols a favor e nove tomados. Aproveitamento de 76,2%. Como comparação, o desempenho de 1995 ficou em 66,7%. Já na primeira conquista, em 1983, o aproveitamento tricolor bateu em 79,2%.

O título gremista ainda ajuda a amenizar a superioridade da Argentina. Em 14 finais entre argentinos e brasileiros, os hermanos foram campeões em nove oportunidades, enquanto os brasucas chegaram a cinco voltas olímpicas. O Santos foi o primeiro brasileiro a vencer um argentino na decisão ao despachar o Boca Juniors em 1963. O São Paulo também está nesta lista ao superar, em 1992, o Newell's Old Boys. Em 1976 foi a vez do Cruzeiro bater o River Plate. Enquanto o Corinthians não deu chances ao Boca Juniors em 2012.

É verdade que Renato Gaúcho é um dos principais responsáveis pelo terceiro título do Grêmio na Libertadores, mas a conquista também contou com os milagres de Marcelo Grohe, com os gols de Luan e cia. e, logicamente, com os apaixonados tricolores nas arquibancadas. Para se ter uma ideia, a torcida garantiu ao Grêmio média de 36.277 pagantes no torneio sul-americano, sendo que a marca na temporada não passa de 21.649 fãs. Na final contra o Lanús, o Imortal - ao receber 51.256 fanáticos - bateu seu recorde na Libertadores e na temporada, além da marca na Arena do Grêmio.

"Até a pé nós iremos / Para o que der e vier / Mas o certo é que nós estaremos / Com o Grêmio onde o Grêmio estiver / Nós somos bons torcedores / Sem hesitarmos sequer / Aplaudiremos o Grêmio / Aonde o Grêmio estiver.